O rompimento da barragem de Algodões no município de Cocal, Norte do Piauí, completa seis anos nesta quarta-feira (27). Passados seis anos, a tragédia que deixou nove mortos e centenas de desabrigados em 2009 ainda está marcada profundamente na memória dos moradores da região.
O sentimento de dor ainda persiste em quem viu de perto os 50 milhões de metros cúbicos água liberados da barragem em questão de minutos provocarem um rastro de destruição. “A lembrança não se acaba, todo mundo lembra deste dia”, disse Juriel Machado, morador de Cocal.
Um dos fatos mais tristes da história do Piauí aconteceu no ano em que se registrou o maior volume de chuvas das últimas quatro décadas, segundo a Defesa Civil. Construída para amenizar os efeitos da seca, a Barragem Algodões não resistiu à força da água e o cenário após a enxurrada era de destruição e desolação. Postes foram levados e a cidade ficou sem energia. Energia que também faltou às famílias que viram seus parentes desaparecer e morrer nas águas.
Alguns corpos arrastados nunca foram encontrados e o drama de quem foi vítima da tragédia persiste até hoje. O morador Corsino Medeiros estava em casa com a mulher e a filha que na época tinha três anos de idade e viveu momentos de aflição na fatídica tarde de 27 de maio de 2009.
“É uma situação que só quem viveu pode descrever. Você que vê de longe através das notícias, ouvir as descrições é uma coisa, mas estar no meio do furacão é terrível”, disse o pai de família que hoje é presidente da Associação das Vítimas de Barragem de Algodões (Avaba).
A tragédia da barragem de Algodões desencadeou uma série de ações na justiça ao longo dos últimos anos. Além dos processos movidos pelo Ministério Público Estadual e pela Associação das Vítimas e Amigos da Barragem Algodões (Avaba), diversas ações individuais também foram ingressadas por parentes das vítimas.
Fonte: G1/PI