imagesO Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis (GPtrans) apresentou ontem (15) o balanço de atuação do projeto “Trans Formação” para a coordenadora de projetos do Fundo Brasil de Direitos Humanos, instituição que financia a entidade do Piauí, Taciana Gouveia. As seis travestis educadoras da ação relataram as principais dificuldades que elas enfrentam no Estado. A representante do Fundo Brasil ouviu relatos das travestis e constatou que o maior problema enfrentado por elas é a violência. “Além disso, o preconceito e a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, que não deixa de ser um tipo de violência, são as principais dificuldades”, conta a coordenadora de projetos do Fundo Brasil de Direitos Humanos.

Taciana conversou com as integrantes do “Trans Formação” e avaliou positivamente a atuação do projeto. O Fundo Brasil impulsiona as atividades de pessoas e pequenas organizações não governamentais voltadas para a promoção e defesa dos direitos humanos em todo Brasil, criando mecanismos sustentáveis de doação de recursos.

“É muito difícil ser uma organização de trans em qualquer lugar do mundo, mas aqui no Nordeste é mais complicado porque tem muito preconceito. Eu sei disso porque sou dessa região. Mas o trabalho desenvolvido por esse grupo do Piauí chama atenção e funciona realmente”, considera Taciana. O projeto “Trans Formação” tem como objetivo sensibilizar e capacitar gestores públicos e a sociedade em geral sobre os direitos das travestis. Iniciado em 2012, o plano está na sua segunda fase já obteve resultados satisfatórios no sentido de elaboração de políticas públicas que contemplam a população transexual do Estado.

Travestis relatam situações de preconceito

A travesti Maurielly Azevedo relatou no encontro que teve que sair da escola em que estudava no ensino médio por conta do preconceito que sofria pela diretora da unidade escolar.

“Parei de estudar e só retornei anos depois. Todo dia sofremos discriminação. Até para entrar em um banheiro feminino é um drama porque as mulheres olham diferente para nós”, conta.

Josiane Borges, coordenadora do “Trans Formação” e presidente do Grupo de Enfrentamento à Homofobia da Secretaria Estadual de Assistência Social (Sasc), afirma que a implantação do projeto tem como consequência a mudança de tratamento que as travestis estão passando no que diz respeito à àrea de segurança pública.

“Já conseguimos fazer um trabalho grandioso na área da segurança pública e na assistência social. Antigamente, se uma travesti era presa, ela tinha o cabelo cortado, sua identidade de gênero não era respeitada. Com a atuação do nosso projeto, conseguimos usar nosso nome social e tratamento coletivo específico nas penitenciárias”, explica Josiane.

Para a última fase do projeto, o Gptrans está focando na educação. A ideia é promover ações de sensibilização de professores, alunos, diretores e toda comunidade e escolar e acadêmica para que a identidade de gênero das travestis e outras jurisprudência estão contidas sejam respeitadas sejam respeitadas.

Fonte: Meio Norte