Afrânio (Antônio Fagundes) vai apontar uma arma para Martim (Lee Taylor) quando encontrar o filho em sua casa, em “Velho Chico”. O fotógrafo aparece na reabertura da capela da fazenda e a família toda fica em festa. O coronel, que não foi à missa, só descobre que o filho voltou quando o vê em sua casa. “O que esse diabo desse moleque pensa que está fazendo na minha casa?”, pergunta Afrânio, completamente descontrolado. Martim vira de costas em menção a ir embora. Afrânio empurra Iolanda (Christiane Torloni) e o encara de frente com todo vigor de coronel. “Não ouse me dar as costas outra vez, seu moleque atrevido!”, diz ele, entredentes, com a testa quase colando com a do filho. Diferentemente do coronel, Martim parece tranquilo. “Te fiz uma pergunta! Você não vai me dar as costas sem me responder!”, insiste Afrânio. “O senhor pode mandar nessa casa, nessa fazenda e nessa cidade, coronel Saruê, mas não manda em mim!”, responde Martim, que volta a virar as costas para o pai.
Afrânio saca a arma da cinta e deita o cano na direção do filho. “Eu te fiz uma pergunta! O que você pensa que tá fazendo aqui?”, grita, desequilibrado. Martim torna para o coronel por cima dos ombros, com um profundo desprezo em seu olhar. “Se quiser acabar comigo, Saruê, que seja pelas costas como o senhor sempre mandou fazer… Assassino!”, responde o fotógrafo. As mãos do coronel tremem de ódio. A pistola dança na direção de Martim. O dedo doido para cingir o gatilho. O estampido seco de um tiro surpreende toda a família. Tereza (Camila Pitanga), Miguel (Gabriel Leone) e Carlos (Marcelo Serrado) aparecem lá para impedirem uma nova tragédia.
Iolanda tenta segurar o marido que a empurra de perto dele outra vez. “Olhe pra mim quando eu falar com você, seu maldito! Você olhe pra mim… Que o próximo tiro tem destino certo!”, ameaça. “Senhor não passa de um covarde, coronel Saruê. O pior tipo de covarde que existe!”, responde Martim. A mira do coronel pesa de novo sobre o filho, dessa vez mais decidida do que antes. Martim torna de frente para o coronel, tomando a frente de Tereza em direção a arma. “Então termine comigo, coronel… Me mate, anda! Acabe comigo, que é o que o senhor quis fazer desde o dia que eu nasci!”, responde Martim.
Miguel se aproxima do avô, calmo, e pede que ele baixe a arma. “Esse maldito só sai daqui morto!!!”, grita Afrânio, que se agita novamente, esbravejando contra tudo e todos quando vem o grito de Encarnação: “Cheeegaaa!!”. Todos se calam. A matriarca se faz dona da situação. “‘Bâxe essa mão, Afrânio… Ou eu não respondo por mim! Se você, ou qualqué um ameaçá meu neto, outra vez, eu juro por Deus que não respondo por mim!!!”, manda ela. “Senhora não se meta nisso…”, diz Afrânio. “(Autoritária) Me meto! Você manda dessa porta pra fora, mas a cumiêra dessa casa e dessa família ainda sô eu! E, enquanto eu fô viva, é assim que via ser! E aí de quem levantá um dedo que seja contra um dos meus… Seja quem for… Eu mato!”, brada Encarnação com uma força que transcende seu corpo e idade. Ela olha demoradamente nos olhos de cada um naquela sala, a começar por Afrânio, se fazendo muito clara: “Nem que eu tenha que voltar aqui para essa Terra só pra isso!”.
Os ânimos se acalmam aos poucos. Martim é o primeiro a sair. Iolanda pede que ele não vá e faz menção de ir atrás dele. Encarnação a contêm. “Deixe ele, Iolanda. Se ele tivé que ficá, ele fica!”, ordena ela.
Fonte: Extra