Com a chegada dos ventos fortes de julho e agosto, os céus de Parnaíba se enchem de cores e movimento. É o período em que as pipas — ou “papagaios”, como também são chamadas — voltam a encantar crianças e adultos.

Um dos entusiastas dessa tradição é o pequeno Victor Cerqueira, que aproveita os ventos costeiros para fazer o que mais gosta: voar as pipas que ele mesmo constrói. “Comecei a soltar pipa quando tinha seis anos de idade. Achei que era um ótimo jeito de me divertir e passar o tempo”, contou o menino.

A paixão não se limita ao voo. No tempo livre, Victor cria suas próprias peças usando bambu, fibra, linha e papel colorido.

“Em média, levo uns dez minutos para montar a estrutura. A parte mais trabalhosa é a rabiola, porque precisa cortar as tiras e medir direitinho para ficar na largura certa”, explica.

A mãe de Victor acompanha de perto cada momento, zelando pela segurança do filho.

“Quando ele vai soltar pipa, eu estou junto. Aqui em Parnaíba, tem alguns campos abertos onde as pessoas se reúnem para voar. Eu sempre levo ele para esses lugares, longe de fios elétricos e do trânsito”, disse.

Ela também alerta para um risco ainda presente: o uso do cerol, prática proibida por lei. “O cerol pode causar acidentes sérios, especialmente em áreas públicas”, lembra.

Segundo a mãe, a confecção das pipas começou como uma sugestão do psicólogo durante a pandemia. “Ele ficava em casa o dia inteiro e assistia vídeos no YouTube sobre pipas. Percebi que isso despertava o interesse dele, então o psicólogo recomendou que eu comprasse os materiais para que ele pudesse começar a fazer. Foi assim que a paixão dele cresceu.”

A temporada de ventos, além de garantir diversão, também estimula a criatividade e a coordenação motora das crianças. Para os moradores e turistas, é um momento especial que colore o céu e desperta memórias de infância.