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Neymar é quem mais arriscou em dois jogos, com 11 tentativas, mas apenas quatro com direção. Antes de pegar Iraque, time treinou finalizações no gramado e foi mal.

Minutos antes de entrar em campo para enfrentar o Iraque, todo o time de Rogério Micale foi fazer a lição de casa. Em sequência de cruzamentos e chutes, com defensores ou sem marcação da defesa, jogadores tentaram fazer o que ainda não conseguiram em mais de 180 minutos: um gol. O aproveitamento não foi bom, o que refletiu depois no jogo – entre todos os 16 times que disputam a olimpíada, a seleção brasileira é a de pior pontaria nesses dois jogos da Rio 2016. 

Foram 41 finalizações e apenas 13 na direção do gol – o que significa 31% de aproveitamento, de acordo com números oficiais da olimpíada do Rio de Janeiro que também apontam os brasileiros como equipe com maior número de escanteios no campeonato (19).

Brasil e Coreia do Sul finalizaram o mesmo número de vezes e a diferença de aproveitamento é grande . Os sul-coreanos acertaram 23 na meta (56%) e fizeram 11 gols – é o ataque mais positivo da competição. Em seguida, a Argélia tem aproveitamento um pouco pior que o da seleção, com 12 bolas em direção ao gol de 40 tentativas. Mas os africanos, ao menos, fizeram três gols na olimpíada em duas derrotas – para Honduras por 3 a 2 e para a Argentina (2 a 1).  

Neymar, Brasil X Iraque (Foto: Agência AFP)
Neymar arriscou 11 chutes em duas partidas, mas só quatro tiveram direção do gol (Foto: Agência AFP)

Micale mostrou preocupação com a falta de pontaria do Brasil. Só no primeiro tempo contra o Iraque foram mais de 10 tentativas – Gabriel Jesus, sozinho, chutou para fora à esquerda do gol, Gabigol, pouco depois, também. Neymar arriscou de fora da área e a bola foi por cima. Aliás, o craque do Barcelona é quem mais tentou em duas partidas. Foram 11 finalizações e somente quatro na direção certa. Jesus tentou seis vezes e teve aproveitamento pior, acertando apenas duas delas no gol. 

– Nossas finalizações estão acertando pouco o gol. A gente finaliza, mas não acerta. Acredito que na medida que o tempo passa a ansiedade vai aumentando. É importante que se controle isso – disse o treinador da seleção olímpica. 

O nervosismo e a ansiedade vem dominando entrevistas coletivas e as declarações da seleção olímpica na saída de campo. Como mantra, todos dizem que na hora que sair o primeiro gol tudo vai mudar. Mas a falta de bola na rede não é mal que atinge apenas a olímpica. Na última Copa América, o Brasil foi eliminado fazendo gol apenas em uma partida de três disputadas – fez 7 a 1 sobre o Haiti, mas passou em branco contra o Equador e diante do Peru, sendo eliminado na derrota para os peruanos com gol irregular. Resultado que determinou a demissão de Dunga.

Para completar, Neymar, o principal atacante da seleção, está há seis jogos sem balançar as redes – somando jogos da seleção principal e olímpica. Some-se a isso o fato que não há mais tempo para treino praticamente. Nesta terça, às 18h, o time vai a Pituaçu fazer a única atividade no campo. Mais um ensaio para calibrar os pés para a decisiva e dramática partida contra a Dinamarca. Os times se enfrentam quarta-feira, 22h, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Fonte: Globo Esporte