Apesar da baixa incidência dos casos de Zika Vírus no Piauí, até o momento três casos confirmados este ano, é grande a preocupação envolvendo as formas de transmissão e consequências da doença. Há especulação que além da picada do Aedes aegypti, existem outras formas de adquirir o vírus. Uma delas é a transmissão através do leite materno. No entanto, não é o que confirma a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí.
“Não existe ligação até então confirmada da transmissão pelo leite materno. Tanto é que a Fiocruz vai manter o protocolo de doação dos bancos de leite. No entanto, há estudos quanto a transmissão do Zika vírus através do sêmen humano, mas ainda nada foi confirmado”, pontua Herlon Guimarães.
Em se tratando de dengue, este ano, o Piauí já registrou 7.534 casos da doença, números que representam uma redução de 0,4% de casos suspeitos da dengue em relação ao ano passado. No entanto, o Aedes Aegypti tem deixado os municípios piauienses e toda a sociedade em estado de alerta, segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi).
Isso porque o mosquito transmissor tem causado doenças além da dengue, como a síndrome de Guillain-Barré, chikungunya, Zika vírus e microcefalia. De acordo com Herlon Guimarães, diretor de vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi, não se pode afirmar que as doenças causadas pelo Aedes aegypti podem virar epidemia no estado.
“Estamos em estado de alerta. Temos um clima favorável à proliferação do mosquito Aedes aegypti e o número de casos das doenças causadas tem aumentado. Mas não se trata de uma epidemia. O que o mosquito tem provocado são situações inusitadas que requerem muita cautela e muitas pesquisas da comunidade científica”, explica.
Quanto aos 36 casos de microcefalia registrados no Piauí, Herlon Guimarães destaca que apesar de ter sido comprovado que a má-formação nos bebês aumentou por conta do contágio por Zika vírus em gestantes, não se pode descartar os demais tipos de infecções.
“É bom frisar que em pacientes com microcefalia não há presença do Zika vírus. Essa má-formação nos bebês pode ser ocasionada por outros tipos de infecção nas gestantes, além do Zika vírus, que pode ter provocado o aumento dos casos, há também outros fatores de risco, como o uso de álcool, tabaco e outras drogas, medicamento contraindicado e até uso de alguns tipos de repelentes”, esclarece.
Melhor forma de combate é a prevenção
A Secretaria Estadual de Saúde do Piauí reforça a importância da sociedade em geral tomar medidas preventivas para evitar a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Ações como verificar se a caixa d’água está bem fechada, não descartar lixo em terrenos baldios ou nos quintais de casa, não acumular água em vasilhames abertos e colocar areia em pratos dos vasos de planta, são algumas das medidas de combate ao mosquito.
“O Piauí montou sua comissão emergencial de combate ao mosquito e às doenças causadas por ele, em especial, a microcefalia. Mas só isso não basta. É importante a conscientização da população para combater o mosquito”, pontua Herlon Guimarães, diretor de vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi.
Fonte: Meio Norte