“Piauí deve ter hábito de comemorar os avanços sociais”, diz Wellington Moreira
Piauiense, de Teresina, o ex-governador do Rio de Janeiro e atual ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Wellington Moreira Franco voltou a interagir com os piauienses por tratar da reforma e ampliação do Aeroporto de Teresina Petrônio Portella, que vai receber investimentos de R$ 400 milhões. Moreira Franco defende que o Piauí deve ter o hábito de comemorar os avanços econômicos e de seus indicadores sociais porque o Estado era o mais atrasado do país e não é mais.
“Nós éramos o Estado mais atrasado do país do ponto de vista econômico, não somos mais. Nós tínhamos os piores indicadores sociais do país, não temos mais.
Eu acho que nós devemos o hábito de comemorar, de fazer comemoração dos feitos que conseguimos, que é uma dificuldade que a minha geração, talvez pelo fato de ter vivido por muitos anos no regime ditatorial e a luta era do bem contra o mal, do ruim contra o bom, nós tínhamos, por determinação política, o desafio de destruir tudo e não reconhecer nenhuma mudança, nenhum dado positivo do que era feito. Isso demorou um quarto de século, 25 anos.
Então se criou a cultura da não celebração, da reivindicação sobre reivindicação, da mudança sobre a mudança, sem dar tempo de respirar, para se consolidar o que a gente conquistou de certo e de errado para se homenagear aqueles que conquistaram, aqueles que se dedicaram, ou seja, para cultivar nossa própria história. Eu vejo essas mudanças com grande entusiasmo, todas essas mudanças ocorridas no Estado”, declarou Moreira Franco.
Jornal Meio Norte – Porque o Piauí precisa comemorar suas atuais conquistas sociais?
Moreira Franco – Nós éramos o Estado mais atrasado do país do ponto de vista econômico, não somos mais. Nós tínhamos os piores indicadores sociais do país, não temos mais. Eu acho que nós devemos o hábito de comemorar, de fazer comemoração dos feitos que conseguimos, que é uma dificuldade que a minha geração, talvez pelo fato de ter vivido por muitos anos no regime ditatorial e a luta era do bem contra o mal, do ruim contra o bom, nós tínhamos, por determinação política, o desafio de destruir tudo e não reconhecer nenhuma mudança, nenhum dado positivo do que era feito. Isso demorou um quarto de século, 25 anos.
Então se criou a cultura da não celebração, da reivindicação sobre reivindicação, da mudança sobre a mudança, sem dar tempo de respirar, para se consolidar o que a gente conquistou de certo e de errado para se homenagear aqueles que conquistaram, aqueles que se dedicaram, ou seja, para cultivar nossa própria história. Eu vejo essas mudanças com grande entusiasmo, todas essas mudanças ocorridas no Estado. Isso demonstra uma capacidade empreendedora muito forte. Uma capacidade empreendedora de buscar desafios, de realizar, de querer fazer entregas. Isso certamente faz com que os números na área de educação cresçam, na área de saúde e no próprio crescimento de Teresina.
JMN – Como era a Teresina que o senhor vivia?
MF – Eu morava na Rua Félix Pacheco, que é uma rua depois dos fundos do Palácio do Governo, não tinha asfalto, não tinha nem esgotos, não tinha paralelepípedo, não tinha calçamento. A calçada nem era acimentada. E isso era perto da praça principal de Teresina na época e hoje você anda ali, anda pela cidade toda e é um desenho todo novo. É uma realidade totalmente daquela que se vivia há 40 anos. E se você chamar um chinês, 40 anos não são nada.
Eles fazem acordos que duram 50 anos. Fizeram acordo com Hong-Hong para que vigorasse 50 anos, meio século depois. Coisa que na nossa pressa, na cultura do Brasil as pessoas não têm tempo de nada, não se dedicam a ter unidade para atingirem as suas conquistas. Eu acho que mim é uma alegria celebrar isso porque vejo que a comunidade e o Estado piauienses têm conquistas, têm avanços consideráveis e avanços que devemos celebrar. Não são avanços de crescimento físico, são avanços da melhoria de vida, da qualidade de vida das pessoas, da oferta de oportunidades, das chances de acesso e de realizações plenas de suas capacidades.
JMN – A Secretaria Nacional da Aviação Civil tem os recursos para a reforma e ampliação do Aeroporto de Teresina Petrônio Portella?
MF – O Programa de Aviação Regional contempla sete aeroportos do Estado e vai cobrir toda a necessidade de garantir o acesso da aviação civil, da aviação comercial ao piauiense porque hoje o aeroporto tem a mesma função que no passado tinha o porto, teve, depois, a estação ferroviária e uma rodoviária, é um centro de aglutinação, de mobilidade, de negócio e de desenvolvimento.
Ele coordena, ele sustenta todas as possibilidades de crescimento de uma região, de um Estado e de um país. Não serve só aos passageiros. Cada vez mais a aviação se torna um grande modal de cargas. É por isso que nós passageiros vemos que as empresas de aviação, elas já definem o tamanho de malas para se colocar dentro do próprio avião; restringe o número de malas que o passageiro tem direito. Antigamente, o passageiro poderia ir com três, quatro malas dentro do avião e hoje não dá mais porque cada vez mais os aviões são usados como transporte de cargas e nós passageiros passamos a ser commodities.
Ali existe para cargas. Isso tem um lado positivo porque faz com que os negócios tenham mais rapidez, que a riqueza se distribua e que as vidas das pessoas melhorem com maior rapidez do que quando se tinha navios e é tecnologicamente contemporâneo da nossa tecnologia, que é muito rápida. Para atender isso, a presidente Dilma assumiu o compromisso e foi iniciativa dela.
Porque se no governo Itamar se começou esse processo de concessão, se avançou no governo Fernando Henrique e avançou-se mais no governo Lula, mas foi no governo da presidente Dilma que se incorporou esse esforço na área aeroportuária de se enfrentar a questão de anos e anos, décadas e décadas sem investir na infraestrutura aeroportuária.
Os nossos aeroportos, todos precisavam de investimentos. Aeroportos são vivos porque o número de passageiros cresce, o número de aviões cresce, o uso dos equipamentos se desenvolve e a tecnologia muda. Você tem que estar permanentemente fazendo investimentos.
JMN – Como tem sido a experiência das concessões?
MF – Nós passamos décadas sem fazer investimento nenhum e buscamos. Isso foi uma decisão da presidente Dilma trazer a iniciativa privada e pegamos os principais aeroportos do país, concessionamos esses aeroportos e temos agora os melhores operadores do mundo. O operador que ganhou a concessão do Aeroporto Galeão é o maior do mundo. O de Confins é o melhor da Europa. Para se ter ideia da mudança cultural. Hoje, dentro de um aeroporto é um convívio totalmente informatizado, toda a operação é informatizada.
Fonte: Meio Norte