Com um presente de polêmica, o futuro de Fred no Fluminense está nebuloso e indefinido. Dizendo-se ameaçado, acuado e com medo da integridade da sua família, o camisa 9 afirmou que, se não receber garantias de segurança por parte do clube, pode deixar o Tricolor e o Rio de Janeiro. Apesar do otimismo dos dirigentes em sua permanência, Fred deixou claro que não sabe qual decisão tomar. Ele vai resolver sua situação durante a semana.
Com anotações – segundo ele, para não esquecer nada -, ele desabafou em entrevista coletiva que durou 35 minutos.
– Sou pai de família, não marginal. Preciso de segurança para viver tranquilo no Rio. Não tem nada definido. Tenho contrato de mais cinco anos, mas tenho que ter garantias. Hoje, minha ideia é sair.
Fred contou que, após a goleada por 4 a 0 sobre o Ceará, no último domingo, voltava para casa com a família, quando foi abordado por quatro membros de torcida na porta da sua casa. Segundo Fred, um deles tem ficha na polícia por tentativa de homicídio e formação de quadrilha.
– Eu estava com minha filha (Giovana, de cinco anos), minhas duas irmãs. Conversei, eles disseram que eu estaria de brincadeira com o clube e que, se pegassem alguém na noite, iam dar porrada. Foi muito ruim, me senti ameaçado. Minha filha veio para o meu colo.
O atacante falou do seu sentimento.
– Foi puxada a ficha de dois membros, e um deles tinha na ficha tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Se for para perder o direito de ir e vir fica impossível. Não poder ir a um bar, beber minha cerveja, vinho, teatro. Aí fica difícil. Passei isso para a diretoria. Preciso de segurança para viver tranquilo no Rio. Nunca faltei a treino, dediquei minha vida ao clube. Não quero andar com filha, namorada, com três seguranças atrás. Se esses marginais falarem alguma coisa, e acontecer algo, o responsável sou eu. Não posso esperar acontecer um fato mais grave para a gente acordar. Não vou admitir isso comigo.
Fred deu a sua versão para o ocorrido na terça-feira, quando foi a bar no Arpoador, Zona Sul carioca, na companhia de Rafael Moura.
– Na terça-feira, fui a um restaurante a 100 metros da minha casa. À 1h15m, um dos caras que estavam no domingo na porta da minha casa estava no telefone, fiquei preocupado. Quando entrei no carro, começaram a seguir, e iniciou a perseguição. Nem fui para minha casa, corri, e fui para a casa do Rafael Moura. Como cidadão, tive que prestar queixa. Fiquei muito mal, principalmente porque envolvia minha família. No momento em que não tiver segurança e tranquilidade para trabalhar, eu não vou querer ficar. Foi isso que passei para a diretoria. Estamos resolvendo, pois assim não quero mais ficar no Rio. Hoje, minha ideia é sair.
O jogador confirmou que ingeriu bebida alcoólica no dia da confusão.
– Bebi, sim, três bebidas. Fiz tudo que fiz e treinei. Dou minha vida em campo e corro para caramba.
Perguntado sobre o motivo da demora em ir à Polícia – o primeiro ato de intimidação foi no domingo, mas Fred prestou queixa na quinta -, o atacante disse que consultou a família e os colegas de trabalho.
A chance de eu sair do
Fluminense para ir para
Palmeiras, Cruzeiro, falaram até Flamengo… Eu seria traidor se fizesse isso. Se acontecer, não
será para um clube do Brasil"
Fred
– Eu estava pensando. Conversei muito com minha família e com meus companheiros para ver se valia a pena. Mas também eu não podia ficar refém desses caras – disse.
A diretoria pretendia marcar um diálogo com os torcedores, mas Fred chutou para longe essa possibilidade.
– Não vou conversar. Não são torcedores, são marginais, não têm o que fazer. Sou pai de família, trabalho, não sou marginal.
Fred também se mostrou contrariado com parte da imprensa carioca.
– Essa perseguição da imprensa também me incomoda. São jornalistas que fazem críticas constantes, independentemente da minha situação e do time.
Sobre ir para outro clube brasileiro, Fred descartou completamente.
– A chance de eu sair do Fluminense para ir para Palmeiras, Cruzeiro, falaram até Flamengo… Eu seria traidor se fizesse isso. Se acontecer, não será para um clube do Brasil. Vou definir rápido, não tem como um jogador como eu só ficar treinando.
Fonte: globoesporte.com