A Câmara dos Deputados marcou para esta terça-feira (30) a sessão que deve votar o pedido de cassação da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM. Jaqueline é acusada de quebra de decoro parlamentar.

Diante da possibilidade de perda do mandato, Jaqueline optou por fazer a própria defesa no plenário, segundo a assessoria. O discurso de 12 páginas foi escrito por ela própria, e finalizado com a ajuda do advogado José Eduardo Alckmin na tarde desta segunda-feira (29).

De acordo com Paulo Fona, assessor da família Roriz, a deputada deve chegar ao plenário por volta das 14h desta terça e sua fala na tribuna deve durar cerca de 20 minutos. No discurso, Jaqueline deve repetir os argumentos dados por sua defesa até agora, de que não era deputada quando foi gravada recebendo dinheiro de Barbosa.

 “Ela [Jaqueline] está tranquila e bastante segura. Ela vai falar no discurso o que todo mundo já sabe, que ela não era parlamentar na época dos fatos”, afirmou Fona.

Nesta segunda, Jaqueline se reuniu com seus os advogados em ao menos duas ocasiões. A base do discurso da deputada será a mesma usada pela defesa, que encaminhou um "memorial" de 28 páginas aos 513 deputados pedindo a rejeição do parecer do Conselho de Ética, que recomenda a perda de mandato.

O memorial, assinado pelo advogado de defesa da deputada, José Eduardo Alckmin, alega que Jaqueline ‘não se encontrava no exercício de qualquer mandato, especialmente de deputada federal’ quando ocorreram os fatos, em 2006.

"Estamos esperançosos de que não haja ilegalidade, pois se trata de um caso que aconteceu quando ela não era deputada. Ela tem a esperança de que a Câmara confirme este entendimento. Claro que ela [Jaqueline] está ansiosa, mas não perdeu a esperança", disse Alckmin.

O documento, que começou a ser entregue nos gabinetes na semana passada, traz ainda uma cópia do parecer do deputado Vilson Covatti (PP-RS), que relatou o caso envolvendo a deputada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Ele pediu o arquivamento do processo.

"Ante todo o exposto, confia-se em que o parecer será rejeitado, como medida da mais lídima justiça", diz trecho do documento entregue aos deputados.

Fonte: g1.com