O ex-senador e atual deputado federal Almeida Lima (SE) anunciou nesta segunda-feira (5) que pediu a desfiliação do PMDB e migrará para o PPS, partido de oposição ao governo federal. Lima disse que "a falta de consenso" dentro do partido, em Sergipe, e "perseguição" motivaram sua saída.
Ele entrou com uma ação declaratória da existência de justa causa para se desfiliar do partido no último dia 10 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O PMDB, segundo ele, não contestou o pedido e o TSE decidiu a favor do deputado.
"O PMDB é partido muito prejudicado, não na questão do espaço do governo, mas de imagem do partido porque é muito atrelado ao PT. O PT tem corrupção institucionalizada, o PT é um partido esquisito. O ônus da aliança é muito grande, a postura do PMDB de não poder assinar uma CPI, votar com o governo, você não pode fazer", disse.
O deputado afirmou que esteve com o vice-presidente, Michel Temer, antes de deixar o partido e que o vice fez um apelo para que ele ficasse, mas entendeu sua decisão.
Ex-senador pelo PMDB, Lima foi designado como um dos relatores de um processo no Conselho de Ética contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Na época, Renan, então presidente do Senado, respondia a denúncia de que um executivo de uma empreiteira pagava a pensão de sua filha.
Lima saiu em defesa do senador e disse que se tratava de um "caso específico" e "sem provas", mas hoje admite que foi um momento de "dureza".
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), comemorou a escolha de Lima e disse que o ato de filiação deve acontecer no próximo dia 23. Para Freire, o deputado merece "aplausos" por deixar a base do governo.
Sobre a defesa de Renan por Lima, em 2007, Freire disse que foi um "erro político", mas que o futuro filiado não pode ser julgado pelo fato.
Fonte: g1.com