124 – LIGAÇÃO DO RIO TOCANTINS AO RO PARNAÍBA (2)
Lauro A. Correia
Engenheiro Industrial – UFMG
Prefeito Parnaíba – 1963/1966
Presidente FIEPI – 1974/1982
Professor Emérito – UFPI
Diretor CMRV – UFPI – 1970/1982
Professor CMRV – UFPI – 1969/1994
Esclareço aos meus leitores e amigos que este artigo 124 é continuação do artigo 123 sobre o importante assunto da Ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba.
2ª Parte
Trabalho de autoria de Lauro Correia, tendo em vista a realização da Reunião do Conselho Deliberativo da SUDENE, dia 30 de Setembro de 1983, na cidade de Parnaíba, Estado do Piauí.
III – IMPORTÂNCIA DA LIGAÇÃO DOS DOIS RIOS
Através de sucintos comentários e objetivas transcrições, ressaltamos a importância da ligação do Rio Tocantins ao Rio Parnaíba.
a) O desenvolvimento do Nordeste semi-árido é viável, mas inclui 5(cinco) grandes providências, entre as quais: transposição ou importação de águas excedentes para a região, e aproveitamento integral das bacias hidrográficas
O Senhor Ministro Mário Andreazza, em notável pronunciamento perante o Conselho Deliberativo da SUDENE, em recente reunião do dia 04/08/1983, assim afirmou, traduzindo o pensamento do Ministério do Interior sobre a viabilidade do Nordeste semi-árido:
“ O desenvolvimento do Nordeste semi-árido é viável, técnica e economicamente.
Essa viabilidade pressupões:
I – a captação e o uso intensivo das águas na região, sejam de chuvas, superficiais ou subterrâneas;
II – a importação, para uso produtivo em áreas férteis da região, das águas excedentes do rio São Francisco, mediante sua transposição para as bacias hidrográficas intermitentes;
III – o aproveitamento integrado dos recurso hídricos nas bacias do São Francisco e do Parnaíba;
IV – a adaptação da agricultura e da pecuária às condições peculiares do trópico semi-árido (pela irrigação, em grande e em pequena escala, pela introdução de culturas resistentes à seca);
V – a intensificação de atividades produtivas complementares: as agroindústrias, a mineração, a piscicultura, o artesanato. “ (Vide Doc. 03, pág. 3434)
b – Em sua mencionada exposição, perante a SUDENE, o Senhor Ministro Mário Andreazza afirmou:
‘’ É preciso importar água para não ter de exportar mais gente.” (Vide Doc. Pág. 3436).
c – A importância do aproveitamento dos rios ficou muito bem salientada no famoso documento do Ministro Mário Andreazza:
d – A história e a vida do Estado do Piauí se identificam com o Rio Parnaíba, conforme evidenciado na Conclusão nº 06 do Seminário de Navegabilidade:
“ 06 – A população piauiense depende do Rio Parnaíba. Aproximadamente 60% da população do Estado do Piauí vive às margens do Rio Parnaíba, sem incluir seus afluentes.” (vide doc. 01).
e – A transposição de águas excedentes do Rio Tocantins, do Brasil Central para o Nordeste, representa uma valiosa contribuição para solução do problema das secas, tão dramaticamente enfocado na Revista “Isto é”, edição nº 351, de 14/09/83, às páginas 36 a 47. (vide doc. 05)
f – Convém registrar que no trabalho do Ministro Mário Andreazza não é feita menção à transposição de água do Rio Tocantins para o Nordeste.
Com a devida vênia, de já salientamos que a transposição de águas excedentes para o Nordeste semi-árido deverá observar as seguintes diretrizes:
– O Rio São Francisco deverá ser utilizado na transposição de águas excedentes para Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, a saber:
Sistema 5 – Sistema adutor Sobradinho – Portal – Garças.
Sistema 6 – Sistema adutor São Francisco – Jaguaribe
Sistema 7 – Sistema adutor Salgado – Piranhas – Apodi (vide doc. Páginas 34 e 35)
– O Rio São Francisco poderá e deverá também ser usado na transposição de águas excedentes para o Piauí, a saber:
Sistema 4 – Sistema adutor Sobradinho – Piauí – Canindé (vide doc. Páginas 34 e 35)
– O Rio Tocantins deverá ser utilizado na transposição de águas excedentes para o Piauí, isto é, para o Rio Parnaíba, a saber:
Sistema I – Sistema de captação do Rio Tocantins
Parnaíba, 19 de Janeiro de 2018
174ª da Cidade e 256ª da Vila
Lauro A. Correia
LAC/SNC