Nesta segunda-feira (23), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) esteve reunida em vigília para acompanhar as negociações e uma possível proposta do governo federal diante das reivindicações da categoria.
“A vigília faz parte de uma jornada nacional de luta dos grevistas das universidades federais para pressionar o governo. O encontro está acontecendo em diversas cidades do país no momento em que ocorre mais uma rodada de negociações com o governo federal”, afirmou Mário Ângelo, presidente da ADUFPI.
Na vigília ocorreram debates sobre as ações do movimento grevista, como também um calendário de atividades foi organizado para enfrentar a nova realidade de negociações. Foram exibidos, também, documentários e fotos retratando a luta dos professores da Universidade Federal do Piauí nestes dois meses de greve.
Os professores das 57 universidades federais em greve estão realizando assembleias para deliberar sobre o acordo apresentado pelo governo no último dia 13/07 às entidades do setor de educação. O presidente da ADUFPI ressalta ainda que ao final das assembléias, um documento será entregue ao governo federal ressaltando os motivos de rejeição da última proposta apresentada.
“Um documento será entregue ao governo pelo comando nacional de greve, intitulado Resposta do Comando Nacional de Greve/ Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (CNG/ANDES-SN), dividido
em três partes: principais motivos de reprovação da proposta do governo federal; pontos para a exigência de avanço nas negociações com o objetivo de reestruturar a carreira docente e pontos para a exigência de negociações para valorização e melhoria das condições de trabalho docente nas Instituições Federais de Ensino, explica o presidente da ADUFPI, Mário Ângelo.
O ministro da Educação, Aloizio Mercandante e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciaram reajuste salarial de 45% até 2015 e redução da carreira de 17 para 13 níveis para os professores das Universidades Federais. Segundo o Andes-SN, esse reajuste atingiria apenas 7% dos professores (titular) de cada universidade. Os outros cargos e níveis teriam aumento inferior à inflação, gerando perda salarial para o período de 2010 a 2015, durante o qual os reajustes serão concedidos.
A proposta ainda cria cláusulas de barreira para que todos os professores possam atingir o topo da carreira, independentemente da sua titulação, veda a possibilidade de promoção aos professores em estágio probatório, descaracteriza a dedicação exclusiva por meio da restituição por projetos e prejudica os professores aposentados, especialmente os que já ficaram retidos na classe de adjunto.
Uma nova assembléia esta marcada para a próxima quinta-feira (26/07), na ADUFPI, às 15h para deliberar sobre a nova proposta apresentada pelo governo federal às entidades do setor da educação.As negociações dos docentes do ensino superior federal com o governo ainda estão acontecendo.
Fonte: Ascom