Aldo Rebelo é'o novo ministro do Esporte (Foto: Divulgação)

O novo ministro dos Esportes, deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou que sua prioridade é fazer a melhor Copa do Mundo da história e organizar das Olimpíadas.

Aldo Rebelo, que tem muito influência global por ter sido o presidente da Comissão de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados, afirmou que na segunda-feira, quando tomar posse no Ministério dos Esportes, foi apresentar seu plano de trabalho e vai manter a equipe.

Ele destacou a importância da realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil e como a presidente Dilma Rousseff considera essenciais os dois eventos para investimentos em infraestrutura no Brasil e do combate à miséria com obras gerando empregos.

Sobre o andamento das obras de construção e reformas dos estádios, Aldo Rebelo declarou que vai fazer uma radiografia geral para se manifestar sobre as ações que serão desenvolvidas pelo Ministério dos Esportes.

Após ser anunciado como o novo ministro do Esporte, o deputado federal Aldo Rebelo afirmou, em entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, que irá defender maior rigor nas parcerias com ONGs (Organizações Não-Governamentais) e que, se depender dele, não haverá novos convênios.

“O ministro e o ministério não pretendem fazer mais convênios com ONGs”, afirmou. A intenção seria firmar parcerias apenas com órgãos públicos, como prefeituras.

Rebelo foi indicado pelo partido para ocupar a vaga de Orlando Silva, que deixou o cargo na quarta-feira, após acusações de desvio de dinheiro público justamente na parceria com ONGs.

Com a escolha, a pasta continua sob domínio da legenda, que comanda o ministério desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre a Copa do Mundo de 2014, Rebelo disse que historicamente é a favor da meia-entrada para estudantes, mas que, como ministro, irá acatar aquilo que o governo defender. Seguindo o texto da Lei Geral da Copa, que tramita no Congresso Nacional, a meia-entrada valeria apenas para idosos. O tema é polêmico e a Fifa já se manifestou contrariamente ao assunto, o que geraria o conflito entre os interesses nacionais e os acordos selados com a organizadora do evento esportivo.

O ministro Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do cargo no dia 26 de outubro após diversas acusações de irregularidades no Ministério do Esporte. Ele foi acusado de participar de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes.

“Fui presidente da UNE e líder estudantil e uma das bandeiras sempre foi a meia-entrada e este é um direito que consta da Constituição brasileira. Eu não tenho a atribuição de rever a Lei da Copa porque esta é atribuição da Câmara dos Deputados. Eu vou defender a posição do governo. A posição que consta do projeto enviado pelo projeto do Executivo”, afirmou Aldo Rebelo.

Enquanto isso, no Congresso, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que será o relator da Lei Geral da Copa, disse que vai solicitar à Fifa que aceite a meia-entrada — de acordo com a lei, caberá à entidade estabelecer os valores dos ingressos para os jogos. Ao mesmo tempo, o parlamentar defende que a cobrança da meia-entrada continue a ser estipulada pelos Estados.

Sobre a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), presidida por Ricardo Teixeira, Rebelo negou que haja mal estar com a entidade mesmo depois de ter sido o relator da CPI da CBF/Nike, que investigou irregularidades na confederação.

Questionado se as doações de patrocinadores da CBF à sua campanha à Câmara lhe trazem algum constrangimento, Rebelo fez questão de dizer que elas têm respaldo legal e foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral. “[Isso] não atingirá e não atingiu a minha independência.”

O novo ministro anunciou ainda que haverá mudanças nos quadros do ministérios, mas se recusou a chamá-las de “faxina”. “Mudança não significa a condenação de ninguém”, afirmou.

Segundo Rebelo, a presidente Dilma Rousseff não fez nenhuma recomendação para a formação da equipe que auxiliará o ministro nos próximos três anos. “Eu recebi a demonstração de confiança e a responsabilidade de montar a minha equipe”, resumiu.

Antes da entrevista coletiva concedida na Câmara, Rebelo almoçou com o ex-ministro Orlando Silva no intuito de saber mais detalhes sobre a estrutura e o funcionamento do ministério que irá assumir.

Rebelo está no sexto mandato na Câmara dos Deputados, sempre pelo PCdoB –já foi presidente da Casa e líder do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Rebelo também foi ministro da Coordenação Política durante a gestão de Lula. Na adolescência, atuou no movimento estudantil e foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Rebelo foi o relator da polêmica reestruturação do Código Florestal brasileiro, que ainda está em tramitação no Congresso. Neste ano, disputou uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União), mas perdeu para a deputada Ana Arraes (PSB-PE), mãe do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Fonte: Jornal Meio Norte