Dois sentimentos tão sublimes ditos ser conhecidos e vividos por todos, contudo não é o que vemos nas pessoas.
O Amor, é visto unicamente como a consumação do ato sexual, cercado de muita luxúria e atitudes extremamente pecaminosas, todos confundem o amor com um sentimento possessivo que mais machuca e mata do sustenta e ampara.
Amar, para as pessoas, ainda é fazer com que seus pares se tornem criaturas submissas e permissíveis capazes de acatar e aceitar as imposições mais cruéis, não raro, vemos ocorrências das mais tenebrosas cometidas por muitos que dizem ser possuidores de um grande amor, mas que não passa de um sentimento doentio cercado de perturbações provenientes de desvios morais contidos na consciência atrofiada de Espíritos menos esclarecidos e que trazem consigo uma grande carga de desejos corrompidos alimentados pelas vontades e facilidades que a vida material comumente disponibiliza às pessoas.
Não há amor onde o desejo promíscuo e a possessividade são as bases sustentadoras de um relacionamento seja ele entre os pares, pais e filhos, irmãos, enfim, em todos os ambientes de convivência onde faz-se necessário o conhecimento e prática constante do amor provindo do Cristo. Todos sabemos que nos encontramos ainda muito distante desse amor necessário para nossa sobrevivência e evolução, mas não devemos estacionar na de vontade aguardando vir até nós benefícios que nada fazemos para alcançá-los.
A Fé, a seu turno, é o sentimento basilar para sustentação da vida de todas as criaturas, porém assim como o Amor, ainda é muito mal interpretada e vivida por nós.
É costume nosso bradarmos aos quatro cantos que temos muita Fé, mas na primeira chamada para demonstração dessa Fé, caímos facilmente em contradição nos desesperando, e não raro, atentando contra Deus supondo que Ele nos determina castigos dos quais não somos merecedores.
Afinal, que fé é essa que tanto alegamos ter se não demonstramos tê-la? Na verdade, a fé que tanto dizemos possuir é aquela na qual nos apegamos para exigirmos de nosso criador os benefícios prioritários para alimentação do nosso egoísmo e orgulho, o que nos resume a seres infinitamente materialistas e descrentes das leis e propostas por Deus para conosco.
Temos a necessidade constante de auto promovermos a construção da Fé, mas, é importante que saibamos diferenciar a fé das aquisições materiais, da fé verdadeira que nos sustenta e guia no caminho das vitórias sobre o mal tão presente ainda na nossa vida. Ter fé, é compreender e aceitar o sofrimento que nos cerca das mais diferentes formas, e para nós seres pequenos na compreensão, esse sofrimento nos alcança das formas mais doloridas; na perda do ente querido, na enfermidade que nos furta a oportunidade do trabalho para o sustento da prole, na desilusão do afeto dos que dizem nos amar, e aí, vemos a junção dos dois sentimentos, Amor e Fé, e é nesse momento que precisamos indubitavelmente reconhecer que não somos detentores reais e fiéis desses dois sentimentos tão puros e fortalecedores da nossa vida.
Sem Amor e Fé, somos a árvore que se mostra frondosa mas que detém no seu íntimo, uma ceiva que envenena antes de alimenta, e que nos acolhe sob seus galhos nos propondo uma falsa sombra que deixa passar furtivamente por entre suas folhas uma luz que pouco ou nada iluminam.
Ter Fé, é na verdade reconhecer sempre que tudo temos gratuitamente para nos tornarmos melhores a cada dia sem desfalecermos frente ao primeiro obstáculo que nos surja, aceitando de pronto o que o Mestre nos coloca à frente para tomarmos como lição e aceitarmos com muita Fé e Amor as propostas de mudanças, por mais que elas nos pareçam severas para nossa compleição moral e espiritual e também material.
Muita Paz e Luz a Todos.
Do livro: Vidas em Desalinho
Pelo Espírito: Josefina
Psicografia: Pedro Aguiar