Apesar de ter se tornado obrigatório há 18 anos, o uso de cinto de segurança em veículos automotivos ainda é ignorado por boa parte dos brasileiros. Números da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgados pelo IBGE no começo do mês, mostram que apenas 50,42% da população do país usa o cinto no banco de trás quando andam de carro. No banco da frente, esse número sobe para 79,4%.
No Piauí, o cenário não é muito diferente. Apenas 23,7% da população do Estado afirma utilizar cinto de segurança no banco traseiro. Esse percentual equivale a 479 mil pessoas. No banco da frente, esse número sobe para 47,2% (um total de 995 mil pessoas). Para a gerente de Educação no Trânsito da Strans, Samyra Mota, os dados do IBGE refletem um pensamento equivocado de que cinto de segurança no banco traseiro é desnecessário.
“A proteção no banco de trás é tão importante quanto no banco da frente e é primordial também. As pessoas precisam entender que o impacto, em caso de colisão, é distribuído em todo o veículo e sentido igualmente por todos os ocupantes. Então não usar no cinto, ou usar somente no banco da frente é um erro, além de ser uma infração de trânsito grave”, afirma Samyra.
O Código Brasileiro de Trânsito, em seu artigo 65, prevê o uso obrigatório do cinto de segurança em todos os assentos do veículo. O motorista ou passageiro que não cumprir com a lei, está sujeito a pagar uma multa de R$ 127,00 e perde cinco pontos na Carteira de Habilitação. O valor da multa não sofre alterações se o ocupante do banco traseiro for criança ou bebê, mas a Strans alerta que, nesses casos, é necessário o uso de equipamentos de segurança específicos como bebê conforto ou uma cadeirinha com elevação devidamente presas ao cinto de segurança. Samyra Mota diz que o uso do cinto, nesses casos, continua sendo obrigatória.
Riscos
Em conversa com o PortalODia.com, Samyra Mota alertou para os riscos que a não utilização do cinto de segurança traz em casos de acidentes. “As pessoas ficam soltas dentro do veículo e podem sofrer lesões graves. Se há o cinto no banco da frente e no banco de trás não, os riscos são os mesmos. A pessoa que está atrás pode ser arremessada contra a que está na frente causando lesões ou até mesmo morte”, explica a agente de Educação no Trânsito.
“É falta de costume mesmo”, diz passageiro
O PortalODia.com flagrou, na manhã de ontem, um veículo parado em um posto de gasolina na Avenida João XXIII em que nenhum dos ocupantes usava o cinto de segurança. Maxwell Vieira, um dos passageiros do banco de trás, reconheceu o erro e disse que a falta de espaço no veículo dificulta colocar o cinto. “Com três pessoas atrás é complicado pôr o cinto. Eu sei que é um item importante e que seu uso é obrigatório, mas a falta de costume do brasileiro acaba viciando mesmo”, diz Maxwell.
Fonte: Portal O Dia