Apenas 49% dos jovens piauienses concluem o ensino médio até os 19 anos de idade, abaixo da meta, que é de 49,7% para 2013, e da média nacional, que já foi baixa, de 54,3%, conforme levantamento feito pelo Movimento Todos Pela Educação para monitorar a Meta 4 – Todo jovem de 19 anos com o Ensino Médio concluído.

A pesquisa mostra que apenas 59% dos jovens do Piauí concluíram o Ensino Fundamental aos 16 anos, conforme dados de 2013, quando a meta era de 77,1%. O Movimento Todos pela Educação estabeleceu como meta para 2021 que 95% dos jovens do Piauí concluam o ensino fundamental com até 16 anos de idade e que 90% dos jovens piauienses concluam o ensino médio com 19 anos de idade. O Movimento Todos pela Educação aponta que, em 2013, no Brasil pouco mais da metade dos jovens, apenas 54,3%, conseguiram concluir a etapa final da Educação Básica na idade considerada adequada. No Ensino Fundamental, a conclusão até os 16 anos foi alcançada por 71,7% dos jovens.

As metas intermediárias definidas pelo movimento para 2013 eram de, respectivamente, 63,7% e 84%. Até 2022, prazo estipulado pelo TPE para o alcance das 5 Metas, 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deveriam completar o Ensino Fundamental, e 90% ou mais dos jovens brasileiros de 19 anos deveriam concluir o Ensino Médio. Os indicadores foram calculados com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013. O Brasil atingiu a Meta 4 de 2007, início do monitoramento feito pelo TPE, até 2009, mas após esse período tem demostrado um crescimento tímido em ambos os indicadores, descolando-se gradualmente das metas intermediárias. “A taxa de conclusão do Ensino Fundamental vem apresentando crescimento, embora numa velocidade menor do que a necessária para alcançar a meta. Já a trajetória da taxa de conclusão do Ensino Médio é preocupante, uma vez que apresenta uma tendência de estagnação. O investimento e a melhora da qualidade do Ensino Médio são urgentes, mas devemos ter clareza também de que o crescimento dos indicadores dependerá também, em boa medida, da melhoria da Educação Básica desde os primeiros anos”, diz Alejandra Meraz Velasco, coordenadora geral do movimento Todos Pela Educação.

Ao se observar os indicadores por raça ou cor e por quartis de renda da população e também por áreas urbana e rural e regiões do país, as disparidades do país ficam nítidas. Há uma diferença de aproximadamente 20 pontos percentuais (pp) entre as taxas de jovens declarados brancos que concluíram o EF aos 16 anos e o EM aos 19, que são respectivamente 81% e 65,2%, e aqueles que se declaram negros – 60% e 45%. Em relação aos que se consideram pardos, a diferença é de 14,9 pp a menos em relação aos brancos na taxa de conclusão do EF na idade certa, e de 19 pp no indicador do EM. As desigualdades socioeconômicas também são evidentes. No Ensino Fundamental, por exemplo, o quartil mais pobre apresenta taxa de conclusão igual a 59,6%, enquanto entre os 25% mais ricos, esse percentual é de 94%.

No Ensino Médio, esses valores são, respectivamente, 32,4% e 83,3%. Em relação à localidade, os dados mostram, ainda, que nas áreas rurais, o percentual de alunos que concluem o EM até os 19 anos (35,1%) é bem inferior ao das áreas urbanas (57,6%). Entre as cinco regiões brasileiras, o Nordeste, foi o que mais avançou no percentual de alunos com EF concluído até os 16 anos, 15,7 pp, desde 2007. No entanto, a região apresentou em 2013 o segundo pior resultado (60,4%), à frente apenas do Norte (57,6%). O Sudeste é a região com maior taxa de conclusão do EF até os 16 anos, 81,2%, porém, a que apresentou menor crescimento desde 2007 (5,2 pp). Na região Centro-Oeste, a regressão nas taxas em 2012 ainda não alcançaram os níveis de 2011. Em relação à conclusão do Ensino Médio até os 19 anos, a região que mais avançou desde 2007 foi também o Nordeste (13,5 pp).

Neste indicador, o cenário se repete: o Norte apresenta a taxa mais baixa (40,4%) e o Sudeste a mais alta (62,8%). Entretanto, o Sudeste, assim como o Sul, teve o menor crescimento, 5,2 pp, em relação ao início do monitoramento. O comportamento na região Centro-Oeste é igual ao observado no Ensino Fundamental. Entre os estados, somente dois alcançaram em 2013 ambas as metas de conclusão na idade certa: Mato Grosso, 82% no EF e 53% no EM, e Tocantins, 76,5% e 56,6%, respectivamente.

A diferença de mais de dois anos entre a idade do aluno e a idade prevista para a série em que ele deveria estar matriculado é o parâmetro utilizado no cálculo da taxa de distorção idade-série que vem diminuindo gradualmente desde 2007. No Ensino Fundamental, passou de 27,7% dos alunos para 21%. No Ensino Médio, a taxa em 2007 era de 42,5% e passou para 29,5% em 2013. Os dados são do Ministério da Educação (MEC).

Fonte: Meio Norte