Andressa Urach é uma nova pessoa. Não existe mais aquela loira gostosona topa-tudo para aparecer que foi ao Rock in Rio de biquíni. Andressa, agora, fala devagar, olha no olho e aparenta uma tranquilidade e uma segurança que em nada lembram a Andressa que foi no passado.
“Às vezes eu olho e penso ‘Meu Deus, como eu tive coragem disso! Não me reconheço”, disse ela em entrevista nesta quinta-feira, 25. Em um relato surpreendente, Andressa chega a agradecer o problema de saúde que teve e dispara: “Não virei santa”.
A mudança, como o Brasil e o mundo acompanharam, aconteceu depois que a modelo foi internada e passou 90 dias no hospital por causa de complicações decorrentes da aplicação de hidrogel nas coxas. Oito meses depois, porém, Andressa se diz curada. Ela sequer está usando o cateter que teria de ficar em seu braço durante um ano.
“Eu decidi tirar antes porque não vou mais voltar para o hospital. Passei por 14 cirurgias, escovaram minha carne por dentro para retirar o hidrogel, mas foi o PMMA que causou inflamação e necrosou meu músculo”, relembra ela. “O que me curou foi minha fé, né? O Deus que eu sirvo é o Deus do impossível. Graças a Deus eu não tive mais dor. Minha pele se reconstituiu. Me sinto totalmente curada”, declara ela.
Por causa dos problemas de saúde, Andressa teve de abrir mão quase que totalmente da vaidade, uma de suas características mais fortes. Mas ela não parece se incomodar. “Tenho de arcar com as consequências.Tudo o que eu queria era poder caminhar, pegar um copo de água, ir ao banheiro sozinha. Eu não posso malhar. Posso caminhar, mas nada de exercício pesado. Parei de comer carne vermelha, como bastante fruta e verdura. Aprendi a comer, a me alimentar. No hospital aprendi que o melhor remédio é a alimentação. O que faço é drenagem linfática”, diz ela, que emagreceu seis quilos desde outubro.
A aparência não é mais prioridade da modelo. Convertida e batizada na igreja universal, Andressa diz que só agora encontrou a felicidade e se diz grata por tudo o que passou. “Preferi sofrer na carne e na dor, chegar ao fundo do poço para me converter, mas hoje eu descobri a felicidade. Procurei a felicidade antes em coisas materiais: bolsas, sapatos, carro importado, cobertura no Rio de Janeiro… Hoje eu tenho paz, que ninguém me tira, dinheiro nenhum compra. Eu era egoísta, fria. Aprendi a perdoar, eu tinha muita mágoa”, diz ela. Apesar da mudança radical no comportamento,
Andressa conta que as pessoas ainda duvidam que ela é outra pessoa. “Muitas pessoas duvidam da minha conversão. Eu até entendo, afinal foram 27 anos da minha vida errando. Mas isso só o tempo vai mostrar”, diz ela. “Eu não virei santa, só não quero fazer mal, quero fazer as coisas certas. Ser mãe, dar valor à família, ser boa mulher, ser um ser humano melhor. Se eu parei de fumar foi para não fazer mal para minha saúde, se eu parei de beber é para ter autocontrole. Se fui exemplo para coisas ruins, quero ser exemplo de coisas boas. Dentro de casa, principalmente, quero ser um bom exemplo para meu filho.”Andressa inclusive costuma ser procurada nas redes sociais por pessoas que se inspiraram nela. No final de agosto ela vai lançar uma auto-biografia contando sua trajetória.
“Costumo dizer que enquanto você tem vida, você tem chance de recomeçar. Passar por tudo o que me aconteceu foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu sei que vou receber muita crítica, mas meu livro é para as pessoas que como eu, chegaram ao fundo do poço. Meu maior inimigo era eu mesma, e eu não sabia lutar contra. As críticas talvez sejam muito fortes, mas estou preparada. Tive coragem de fazer tanta coisa, vou usar isso agora para fazer o bem”, diz ela.
Fonte: Meio Norte