Felipão e Parreira apoiaram-se em estatísticas para tentar justificar o vexame contra a Alemanha. Os números, porém, da mesma forma evidenciam os problemas e excessos da Seleção na Copa — erros que a comissão técnica insiste em pôr debaixo do tapete. Em vão.
Como o aspecto da agressividade dentro de campo. O Brasil lamenta a lesão de Neymar na entrada violenta de Zúñiga; curiosamente, sobrou no Mundial como a equipe mais faltosa, com 107, média de 17,8 por jogo. A Alemanha, por exemplo, chega à decisão com média de 11,8 — a Argentina, com média de 10,7. Também o Brasil é a equipe que mais apanhou, com 109 faltas sofridas, e a que mais levou cartões amarelos, onze.
Em comum com os hermanos, há o fato de que o Brasil precisou de muitos ataques para fazer gols. Um recorde de cem finalizações para marcar onze vezes — com 33 finalizações fora da meta do goleiro. Alemanha e Holanda, com ataques melhores, erraram 30% menos chutes a gol.
Outro aspecto crítico do desempenho da Seleção, a ausência de jogadas de meio-campo se reflete no percentual de passes errados: 25%, mais que Honduras, Austrália e a Bósnia, por exemplo. A Alemanha, cujos volantes e armadores são os destaques, desperdiçou apenas 18% dos passes — a Itália, eliminada na primeira fase, menos ainda: 15%.
Além de errar muitos passes, o Brasil fez poucas jogadas coletivas: foram 3.018 passes ao todo. A Argentina, 700 passes a mais; a Holanda, cerca de 400. A Alemanha trocou 4.169 passes. Nenhum brasileiro está entre os dez jogadores que mais deram passes na Copa.
Fonte: O Dia