02

As fotos de uma embarcação que está fazendo o transporte de veículos entre a Praia de Macapá, em Luís Correia, até Barra Grande estão dando o que falar nas redes sociais. As postagens estão sendo compartilhadas e gerando indignação de muitos internautas, que questionam o impacto ambiental do transporte na região.

A área onde está sendo feita esta travessia é rica no seu ecossistema, são mangues, cavalos marinhos, a desova de tartarugas, além de banhistas e kitesurfistas que podem ser impactados negativamente com o início do tráfego de veículos na praia de Barra Grande.

Segundo a analista ambiental,Patrícia Claro, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, o órgão recebeu denúncias sobre o caso e enviou um ofício para a capitania dos Portos de Parnaíba solicitando informações sobre autorização da embarcação para realizar o transporte de veículos.

“Nós não estamos sabendo se há uma autorização, e se há, se ela foi dada para fazer transporte de veículos. Vamos apurar junto à Marinha para depois tomar as providências”, afirmou.

A analista contou ainda que essa não é a primeira vez que há denúncias sobre esse tipo de embarcação no local e que, na primeira vez, o ICMBio não conseguiu descobrir quem era o responsável pela balsa.

“No início do ano passado, houve uma denúncia sobre uma balsa na praia de Macapá, a embarcação estava estacionada ao lado do bar Chico Isaura, mas ninguém sabia dizer de quem era. Uns dias depois a balsa sumiu da praia e segundo a Associação de Moradores do Macapá e Maramar, a balsa tinha sido uma doação para a comunidade”, lembrou Patrícia.

Questionada sobre os riscos e impacto ambiental que a embarcação pode trazer para a região, Patrícia Claro explicou que a prática acaba levando veículos para a faixa de areia e que isso está proibido no litoral, pois, além da segurança dos banhistas, há pontos que são desovas de tartarugas marinhas e que o tráfego de veículo põe em risco a reprodução da espécie.

A analista frisou ainda que o local – Barra do Cumurupim – por onde a embarcação passa é uma região de muito movimento tanto de correntezas quanto de ventos o que pode representar perigo também para quem está fazendo a travessia.

A capitania dos Portos de Parnaíba informou que há uma autorização para transporte de veículos e pessoas na região, e solicitou que mais perguntas fossem enviadas por email para a instituição. Os demais esclarecimentos sobre como foi dada essa autorização e se há uma fiscalização sobre carga, transporte e tripulação não foi repassada até o final dessa reportagem. A comunicação do órgão enviou um email afirmando que mandaria as respostas até o dia 23 de fevereiro.

Fonte: Meio Norte