O amor por Isis (Marina Ruy Barbosa) quase colocará o plano de José Alfredo (Alexandre Nero) por água abaixo. Depois que ele “ressuscitar” em “Império”, o Comendador vai virar garimpeiro por seis meses. Quando decidir retornar ao Rio, ele pede a Josué (Roberto Birindelli) para ir ao prédio de Isis para tentar vê-la. Dentro do carro, José Alfredo abre o vidro da porta traseira e tenta olhar pro alto do prédio, no outro lado da rua, mas não dá para ver nada direito. Josué sugere que voltem outro dia. “Podemos até voltar… Mas já que vim aqui, quero ver se ela tá em casa. Você sabe que, quando boto uma coisa na cabeça, não é fácil de tirar”, diz ele, que abre a porta do carro e Josué fica alarmado. “Não faz isso, comendador! É perigoso! E se ela aparece na janela e vê o senhor? E se passa alguém?”, fala o motorista. “‘Se’, ‘se’… Josué, não voltei da morte pra ter medo de coisa que não aconteceu ainda!”, fala ele, que sai andando.

Batista (José Negreiros), que já havia bebido um pouquinho, olha o carro parado do outro lado e vê alguém que saiu e que olha para o alto do prédio. “Ai, meu São Severino do Ramo, parece… Não deve ser! (olha garrafa) É essa desgraça, só pode!”, fala o porteiro. Ele joga a garrafa longe, acertando o cesto de lixo. Do ponto de vista dele vemos José Alfredo – a princípio desfocado, depois com foco perfeito – parado ao lado do carro, do outro lado da rua, a olhar pro alto. Pasmo, Batista se benze. “É o comendador ‘mermo’! Mas como é que um morto volta lá das profundezas… Ainda mais de carro? Até nessas horas rico é diferente? Dona Isis precisa saber disso!”, diz ele.

Batista vai até o interfone e tecla. O som toca, toca, toca e ninguém aparece. “Ela deve tá no sétimo sono, só pode ser. Ah, mas eu vou lá acordar ela! Dona Isis vai gostar de saber!”, diz para si mesmo. E Batista bota o interfone no gancho e sai, rumo à escada mas, de olho na rua, esbarra na árvore de Natal, toma um susto e sai depois. Dentro do carro, Josué apreensivo. Lá fora, José Alfredo olha para cima. “Mal chegou e já tá arrumando problema…”, fala Josué. “Eu ouvi, Josué! Se me atrapalhar, demora mais!”, fala o Comendador, que conta os andares do prédio de Isis.

O porteiro toca na casa de Isis e ela, que estava justamente sonhando com Zé Alfredo, acorda assustada. “Pelo amor de Deus, dona Isis… O comendador! Está lá embaixo, do outro lado da rua! Saiu de dentro de um carro e tá olhando aqui pra cima!”, fala ele, afobado. “Não é possível, Batista! Ele tá morto”, diz Isis. “Eu sei que não é possível, mas eu vi! Olha na janela e a senhora vai ver que não tou mentindo!”, afirma o porteiro. Isis se volta para a janela… E vai até lá correndo, abre, olha para baixo, mas vê a calçada vazia, sem carro e sem ninguém ali. Isis pergunta se ele andou bebendo e ele confessa que como é noite de Natal ele bebeu um pouco sim. “Logo vi… Porque lá embaixo não tem nada do que você falou que tinha”, fala ela.

Batista corre até a janela, olha para baixo e, depois se volta pra Isis. “Mas eu vi, dona Isis! Juro que vi, era o comendador”, fala ele. “Não era, Batista. Sou a pessoa no mundo que mais queria que isso fosse verdade. Problema é que, por mais que eu deseje isso, ele não pode sair de onde está… De lá, ninguém volta”, diz a ruiva. Batista fala que morte dele pode ter sido um engano e Isis lembra do dia que o amante morreu: “Ajudei a preparar o corpo. Estava frio… Muito frio”. Isis vai chorar e Batista, vendo que mexeu na ferida da moça, já vai saindo. “Devo ter visto coisa, mesmo! Mil desculpas, dona Isis! Mil desculpas! Não bebo mais em serviço! Esquece que eu tive aqui, por favor”, pede o porteiro. “Vai descansar, Batista… Boa noite”, diz ela. Batista sai, Isis fecha a porta… E cai no choro.

Fonte: Extra