O BNDES confirmou, nesta quinta-feira (2), o leilão de mais quatro distribuidoras da Eletrobras, no Norte do país no dia 30 de agosto.
São elas a Amazonas Energia, a Ceron (Rondônia), a Boa Vista Energia (Roraima) e a Eletroacre.
A atração de interessados no leilão, porém, ainda dependerá da aprovação de um projeto de lei no Senado. O texto já passou pela Câmara dos Deputados, mas a votação na outra casa ficou para depois do recesso parlamentar.
Esse projeto de lei tem como objetivo transferir dívidas bilionárias das distribuidoras para a conta de luz do consumidor. Sem isso, dificilmente haveria interessados nas empresas, na avaliação do governo.
Caso as distribuidoras não sejam vendidas, terão que ser liquidadas -uma opção considerada extrema, pois coloca em risco a continuidade do abastecimento de energia, além de provocar uma demissão em massa dos funcionários e uma alta transferência de passivos à controladora, Eletrobras.
A venda da Ceal (Alagoas) que foi impedida por uma decisão liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), não foi confirmada. Para analistas, há grande chance de o imbróglio não se resolvido a tempo, e de o leilão da companhia alagoana ocorrer após a data.
A Cepisa, distribuidora do Piauí, foi vendida à Equatorial Energia na última quinta-feira (26). A empresa foi a única a dar lance: ofereceu uma redução de 8,5% na tarifa aos consumidores, além do pagamento de uma outorga de cerca de R$ 95 milhões ao Tesouro, além dos investimentos exigidos na empresa, de R$ 720 milhões.
A Energisa, uma das empresas que tem operações no Nordeste avaliava a compra do ativo, afirmou que um dos motivos para não participar do certame foram passivos financeiros e judiciais não endereçados a tempo do leilão.
A empresa afirma, porém, que está avaliando a compra das demais distribuidoras. A Equatorial também disse estar analisando os ativos.
A Enel, que também vinha sendo apontada como uma potencial compradora das companhias, reduziu sua disposição em participar dos leilões após a compra da Eletropaulo.
Segundo analistas, há também empresas regionais interessadas nos leilões, como é o caso da amazonense Oliveira Energia, que hoje atua na geração de sistemas isolados no Norte do país, principalmente com usinas térmicas.
Fonte: Folhapress