O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na segunda-feira (08), em reunião com líderes de partidos, que o governo deve incluir os beneficiários do auxílio emergencial em um novo programa do Bolsa Família.

 

Segundo deputados, o projeto social seria rebatizado de “Renda Brasil”, para incluir trabalhadores informais. A iniciativa ainda está sendo formulada pelo governo. Valores sobre o benefício e custo para o Orçamento não foram detalhados pelo ministro.

 

Guedes disse, segundo deputados, que há pessoas em faixa de renda intermediária no Brasil que nenhum governo havia identificado e cadastrado. O ministro fez um breve histórico do Bolsa Família, programa voltado para a extrema pobreza, e argumentou ser necessária uma reformulação.

 

A faixa que não vive na miséria, mas “não tem uma condição boa” poderia ser atendida pelo programa. Isso estimularia essas pessoas a progredir e a ter uma colocação melhor no mercado de trabalho. O benefício seria a complementação da renda desses trabalhadores.

 

Ainda de acordo com deputados ouvidos pelo GLOBO, Guedes estava otimista. Ele afirmou que o Brasil “está superando” a crise do desemprego de forma melhor do que os Estados Unidos. Ele citou números e ressaltou, no entanto, que sua conclusão só pode ser feita se houver uma análise “proporcional”.

 

A reunião foi marcada pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Participaram líderes de partidos do centrão, como PP, PL, PSD e Republicanos, além dos ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

 

Apesar de servir para orientar a nova “base do governo”, também estavam presentes líderes de partidos que se dizem “independentes”, como DEM, MDB e Podemos.

 

Ministros e parlamentares escutaram ainda a defesa de Guedes a projetos prioritários do governo, como Medidas Provisórias que devem ser votadas pelo Congresso. Guedes falou sobre o cenário da retomada na economia e a necessidade de investimentos em infraestrutura. Admitiu que a pandemia pegou o governo de surpresa.

 

Durante duas horas, além de falar, Guedes ouviu perguntas de parlamentares sobre projetos em tramitação no Congresso.

 

Fonte: O Globo