O presidente Jair Bolsonaro (PL) rompeu hoje à tarde o silêncio, que durava quase dois dias, desde que foi derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O pronunciamento ocorreu no hall de entrada do Palácio da Alvorada, a residência oficial da chefia do Executivo federal, e durou 2 minutos e 3 segundos.

Bolsonaro se referiu aos bloqueios nas estradas, atos promovidos por apoiadores do governo que não aceitam a derrota, como “movimentos populares”, que seriam “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”. Depois, mudou o tom e afirmou que “manifestações pacíficas são bem-vindas”, mas que “o direito de ir e vir” da população deve ser preservado.

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.

Jair Bolsonaro.

Aval para transição. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), dará início à transição de governo junto ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Ele disse ter sido autorizado por Bolsonaro a assumir a função.

Antes de iniciar o pronunciamento, Bolsonaro virou para Ciro e disse: “Eles vão sentir saudade da gente, né?”. O candidato derrotado não parabenizou Lula, tampouco citou o nome do presidente eleito.

44 horas de silêncio. Às 16h de hoje, completaram-se 44 horas que o resultado da eleição foi proclamado. O pronunciamento se iniciou às 16h37 —a imprensa foi convocada às 14h37 para um discurso previsto para 15h.

O período em silêncio do atual presidente serviu de munição para a continuidade dos bloqueios feitos por caminhoneiros bolsonaristas, que rejeitam o resultado da eleição e apoiam um golpe de Estado.

 

Fonte: UOL