Ainda nesta semana, até sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro deve definir por qual valor irá prorrogar o auxílio emergencial, atualmente em R$ 600, e em quantas parcelas adicionais. O programa é considerado fundamental para turbinar a popularidade do presidente, mas custa cerca de R$ 50 bilhões por mês aos cofres públicos. Diante do alto gasto, a equipe econômica insiste em um valor menor, enquanto líderes dos partidos defendem mais uma parcela de R$ 600 e duas de R$ 300, até o fim do ano.

 

A ideia defendida por auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, é prorrogar benefício no valor de R$ 200, R$ 250 ou R$ 300 até o fim do ano a fim de construir uma transição para o Renda Brasil, programa social do governo Bolsonaro que vai substituir o Bolsa Família. Parlamentares, porém, insistem em pelo menos mais uma parcela de R$ 600 e outras duas de R$ 300, mantendo os pagamentos até dezembro.

 

Lideranças que defendem esse modelo já iniciaram conversas com o governo, que ainda resiste. O programa foi criado inicialmente para durar três meses. Depois, prorrogado para mais duas parcelas.

 

Caso o governo decida fazer a prorrogação por um valor menor, vai precisar encaminhar essa alteração ao Congresso por meio de medida provisória (MP). Caso esta seja a solução adotada, as características do programa, como o valor do benefício, podem ser alteradas por deputados e senadores.

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem achar difícil prorrogar o auxílio no valor atual:

 

— O parlamento tem responsabilidade. A gente sabe que a manutenção dos R$ 600 é muito difícil.

 

A oposição insiste na manutenção do valor atual até o fim do ano. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que se o governo enviar uma proposta reduzindo o valor do auxílio emergencial, o Congresso vai restabelecer o valor original de R$ 600.

 

— Eu duvido que o presidente tenha coragem de reduzir o valor do auxílio porque está surfando na onda — disse Silva, ao se referir aos efeitos positivos da concessão do benefício na popularidade do presidente. — Agora se fizer, nós vamos subir o valor.

 

Fonte: Extra