Depois de duas derrotas e da cobrança dos torcedores, o Botafogo que entra em campo nesta terça-feira, às 21h, para enfrentar a Portuguesa, está sob pressão. O trauma de insucessos passados martela a torcida, mas não tira do rumo o técnico Oswaldo de Oliveira. Há dois anos no comando do time, ele está em contagem regressiva para trocar o Rio por Belo Horizonte na temporada do ano que vem.
Oswaldo já foi procurado pelo presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, para ocupar o lugar de Cuca, que comunicou ao cartola mineiro sua decisão de sair do Galo após a decisão do Mundial de clubes da Fifa no mês que vem, no Marrocos. O técnico alvinegro fez questão de deixar a conversa para o final do Brasileiro por duas razões. Primeiro porque Cuca ainda está no Galo e, principalmente, porque quer encerrar sua vitoriosa passagem pelo Alvinegro com o time classificado para a Libertadores do ano que vem.
Durante os dois anos em que está no comando do Botafogo, Oswaldo nunca escondeu a satisfação com o trabalho realizado, mas o desgaste é grande. Foi o treinador que durante a maior parte do tempo contornou a insatisfação dos jogadores com o atraso nos salários (o mês de outubro ainda não foi pago). De quebra, ainda conviveu com a quase eterna desconfiança da torcida em relação ao seu trabalho, apesar da conquista do Estadual sem necessidade de final, e viu o time ser desmanchado sem que a diretoria reforçasse o elenco durante o Brasileiro.
Nesta segunda-feira, na chegada da delegação ao Rio, após a derrota para o Internacional (2 a 1), ficou evidente sua insatisfação com o comportamento de alguns torcedores, que jogaram ovos no ônibus que levou jogadores e comissão técnica para o treino no Engenhão. Diante de tamanha cobrança, a classificação para a Libertadores virou questão de honra.
Crises não abalaram o trabalho
Durante boa parte da temporada, Oswaldo de Oliveira sentiu-se sozinho no comando do futebol alvinegro. Ele foi contra as vendas de Fellype Gabriel e Andrezinho no começo do Brasileiro, mas teve que aceitar devido às dificuldades financeiras do clube, principalmente após o fechamento do Engenhão.
Quando o time reencontrou o rumo, outro duro golpe teve que ser assimilado pelo treinador durante a competição: a venda de Vitinho. Para piorar o quadro, novamente não houve reposição, e o treinador sofre até hoje para armar o time, por não ter nenhum jogador com as mesmas características do atacante, hoje na Rússia.
Foi por acreditar que era possível brigar pelo título no Botafogo, apesar de todos os problemas, que Oswaldo não aceitou um convite do Santos, pouco depois da saída de Muricy Ramalho.
Apesar do desgaste emocional, que culminou com a internação do técnico após a jogo contra o Grêmio, Oswaldo foi aconselhado a não desistir da missão de recolocar o time na Libertadores após 17 anos, principalmente pelo carinho que tem dos jogadores. Agora, a relação está a cinco jogos do fim.
Fonte: Esportes