remédiosOs medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. E para diminuir estes números, o Conselho Regional de Farmácia no Piauí (CRF-PI), assim como as entidades de outros estados, está promovendo uma campanha informativa sobre os ricos da automedicação, ressaltando a importância de procurar a orientação de um farmacêutico.

Segundo Osvaldo Bonfim de Carvalho, conselheiro do CRF-PI, o objetivo principal da campanha é conscientizar as pessoas sobre os riscos da intoxicação pelo consumo de remédios fora da validade, conservados em espaços inadequados e com dosagem errada.

“Os medicamentos precisam de todos os cuidados porque, se você os condiciona em lugares inadequados, expostos ao sol, à umidade, naturalmente eles serão deteriorados. Quem os armazena na farmácia ou distribuidora precisam colocá-los em condições físicas favoráveis”, destaca.

O conselheiro alerta que quem estoca remédios em casa também deve ter precaução. “Se não tiver os cuidados necessários, eles não vão causar o efeito que as pessoas precisam. É preciso ter um depósito adequado. As embalagens também devem ser preservadas, porque lá você poderá ver o lote, a validade. Em caso de dúvida, a pessoa pode acessar essas informações na caixinha”, pontua Osvaldo Bonfim.

Quando se condiciona mal o medicamento, ele pode estragar, além de gerar consequências indesejáveis. Para quem possui algum remédio vencido, não é recomendável que o jogue no lixo, porque eles são substâncias químicas que podem contaminar o solo ou porções de água, como também pode fazer a outrem. A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que os medicamentos sejam devolvidos para o lugar onde foram adquiridos e estes os mandam para a Anvisa.

A automedicação ou o mau uso de remédios intoxica três pessoas por hora no Brasil. A cada ano, 27 mil brasileiros passam mal ao ingerir remédios de forma errada e, na média, 73 acabam morrendo. O país registrou 138.376 intoxicações e 365 mortes causadas por medicamentos entre 2008 e 2012, seja por acidente, tentativa de suicídio, uso terapêutico ou erro de administração.

Estudante sofreu intoxicação por erro médico

A estudante universitária Lorena Passos já sofreu intoxicação por um erro médico. “Sofri uma lesão no pescoço dançando jazz e o médico passou uma determinada quantidade de medicamentos para as dores passarem. Só que o relaxante muscular que ele me passou era muito forte e eu tive uma série de reações adversas”, lembra.

Lorena diz que não conseguia lembrar o próprio nome e, após consultar outro médico, constatou que a dose que lhe foi passada foi exagerada. “Eu tive sensibilidade na pele, não lembrava meu nome, eu estava totalmente confusa e dormente. Tive que ir ao hospital e o médico falou que eu havia tido uma intoxicação porque a dose do remédio tinha sido acima do permitido para o meu peso”, relata a estudante.

Entre os principais perigos de tomar remédios sem orientação estão: retardar o diagnóstico de uma doença grave, causar intoxicações, alergias e interações medicamentosas, tornar os resultados menos eficazes e levar a efeitos colaterais indesejados, além de provocar gastos desnecessários, com prejuízos para saúde do paciente. O uso racional de medicamentos é a utilização deles sob prescrição médica ou farmacêutica, é quando você os utiliza de forma correta seguindo os horários, quantidade, se é acompanhado de água e pelo tempo determinado na prescrição. 

Fonte: Jornal O Dia