A cada quatro usuários de cartão de crédito no Brasil, um entrou no rotativo em fevereiro. Isso representa cerca de 24% do total, sendo que 10% pagaram um valor entre o mínimo e o total. As informações foram divulgadas pelo Indicador de Uso do Crédito apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nesta quinta-feira (05/04).
Além disso, a pesquisa ainda investigou o uso de outras modalidades de além do cartão de crédito , pré-aprovadas ou não, e constatou que quatro em cada dez consumidores (41%) utilizaram alguma delas: o crediário foi mencionado por 9%, o cheque especial por 6%, os empréstimos por 6% e os financiamentos por 3%.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, atrasos no rotativo custam muito caro e o consumidor precisa ter consciência disso. “O pagamento do mínimo não é algo com que se deve contar, sob pena de ver a dívida crescer muito rápido. Mesmo que se apliquem as novas regras do cartão de crédito, que determinam que os atrasos devem ficar no máximo 30 dias no rotativo, a opção de parcelamento da fatura também envolve altas taxas, que chegam a mais de 170% ao ano, na média”, alerta.
Ainda segundo o levantamento, cerca de 20% dos brasileiros tiveram crédito negado em fevereiro ao tentarem parcelar uma compra em estabelecimentos comerciais ou contratar serviços a prazo. A inadimplência (9%) e a falta de comprovação ou insuficiente de renda (5%) foram as principais razões para a negativa.
“O acesso ao crédito é um fator de inclusão no mercado de consumo, mas que requer bastante cuidado. O consumidor que tem acesso ao crédito consegue antecipar o consumo de bens que, de outro modo, só seriam conquistados depois de um tempo de poupança. Mas muitos consumidores acabam se perdendo no atalho do crédito e comprometendo a própria vida financeira”, afirma a economista. O Indicador de Uso do Crédito que varia de zero a 100, marcou 26,2 pontos, sendo que quanto mais alto, maior a utilização de modalidades de crédito.
Fonte: IG Economia