Foto: Tacyane Machado

Estiveram na manhã desta sexta-feira (23/08), na Delegacia Regional de Parnaíba, localizada na Avenida das Normalistas, em Parnaíba, representante do Grupo Guará, o coordenador o Coordenador Municipal de Inclusão e Cidadania e representante do grupo junino, Mistura Junina. Estes foram pedir esclarecimentos ao delegado Rodrigo Moreira acerca do assassinato de Joales dos Santos, 22 anos, conhecido como “Michelle Santos”.

Michele foi morta com um tiro no peito nas proximidades do Deslize Motel na madrugada do dia 16 de agosto.
Na ocasião, o delegado Rodrigo Moreira que é responsável pelo Departamento de Homicídios e delegado regional, disse que quando há um caso de violência como o assassinato de Michelle, a sociedade quer uma solução imediata, mas na realidade, os procedimentos policiais não funcionam dessa forma.

“Crimes complexos como esse, nós precisamos ter cautela e investigar para provar, pois não podemos trabalhar com suposição e sim tecnicamente”.
O delegado disse que muitos comentários insinuam que o caso será esquecido por autoridades policiais pelo fato de Michelle ser homossexual e ter se envolvido com prostituição. “Isso não importa para nós que investigamos e não vai interferir no resultado”.

Rodrigo ressaltou que as informações que são divulgadas pela polícia são aquelas que não irão atrapalhar o andamento do inquérito policial. Disse também, que Michelle, pertencia à um grupo muito vulnerável, não só pela condição sexual, mas, no que diz respeito à prostituição. “Por conta disso, nós temos um leque amplo, porque o crime pode ter sido cometido em virtude da sexualidade como também por ciúmes ou desacordo”.

Algumas testemunhas relataram, segundo o delegado, que passaram alguns carros na madrugada do crime, mas não souberam identificar, já que é comum na atividade de prostituição, quando um cliente chega ao local, as outras colegas se afastarem para não atrapalhar.

Rodrigo Moreira informou que algumas perícias estão sendo encaminhadas, entre elas, do projétil da arma que atingiu Joales dos Santos, além do celular da vítima que se encontra na Delegacia Regional. “O que sabemos é que ela teve uma discussão com um homem. Estamos tentando achar quem poderia ter interesse na morte e se o crime tenha relação com a discussão. Estamos nos esforçando para identificar o veículo e o provável autor”.

O responsável pelo Departamento de Homicídios em Parnaíba negou que a Delegacia Regional tenha em posse, imagens registradas por câmeras de segurança da área onde ocorreu o crime que possam identificar o autor do homicídio. “Não é verdade que existam essas imagens, tanto que ainda estamos fazendo buscas nas imediações do ocorrido”.

A dificuldade no caso do assassinato da travesti Michelle Santos, é que provavelmente a vítima não tinha relação permanente com o autor do crime, isso dificulta a identificação do criminoso.

O representante do Grupo Guará, Wellington Araújo, disse a intenção da visita à delegacia regional é buscar através das autoridades respostas para que mais crimes não ocorram em Parnaíba. Wellington Araujo falou sobre manifestação que será realizada na cidade.

Edivan França

Edivan França, coordenador de inclusão social e cidadania disse que nessas situações o papel do poder público é fundamental junto à população, tanto buscando discussão como oferecendo políticas de combate à violência.