O mosquito Aedes Aegypti continua a ser motivo de preocupação no Piauí. A redução em 20% nos casos de dengue durante os primeiros seis meses de 2017 contrastam com o aumento de quase 70% em registros de chikungunya, doença que também é transmitida pelo inseto. Para especialistas, o motivo dessa disparidade é o próprio sistema imunológico dos habitantes da região.
Um claro exemplo é o Parque Rodoviário, na Zona Sul de Teresina, onde a maioria dos moradores sofreu com a dengue há dois anos, mas nos últimos meses a doença praticamente sumiu. A dona de casa Socorro Sousa disse ao Bom Dia Piauí que contraiu dengue duas vezes e não gosta de lembrar as dores do período em que esteve enferma. “Sentia febre, dor de cabeça e dor até nos olhos”, destacou.
A redução de cenários de dengue como o de Socorro não é particularidade de Teresina, já que as autoridades de saúde apontam estatísticas que refletem a mesma diminuição a nível estadual. O que tem causado preocupação é o aumento do número de pessoas afetadas pela chikungunya. Nos primeiros seis meses de 2017 foram registrados 2.970 casos de chikungunya no Piauí, sendo que durante o mesmo período, no ano passado, os atendimentos somaram 1.776 ocorrências.
Para o médico infectologista Kelson Veras, as repetidas transmissões de dengue resultaram no desenvolvimento de defesas mais eficazes no corpo dos piauienses. “A chikungunya é uma doença que chegou há pouco tempo no Brasil e pegou a população completamente desprotegida contra esse vírus, que encontrou um ambiente propício para disseminar pela ausência de defesa em grande parte da população brasileira”, disse Kelson Veras.
Segundo a agente de saúde Ertima Moraes, é feita anualmente uma ação do sistema de saúde com o grupo de Zoonoses e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) para intensificar a prevenção contra o mosquito transmissor da chikungunya, zyka e dengue. “Essa ação é importante porque nesse período que para de chover, os mosquitos se manifestam em maior quantidade”, declarou.
Fonte: G1/PI