Bacia do Rio Parnaíba

O plantio de mudas de espécies nativas contribui para recuperar áreas degradadas e para o controle de processos erosivos. No Piauí, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) celebrou convênio com a Associação de Reposição Florestal de Estado do Piauí (Piauiflora) para apoiar a implantação de um viveiro de referência com capacidade para a produção de 200 mil mudas por ano, que serão usadas no reflorestamento de áreas degradadas na Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba. Por meio da difusão de tecnologias em produção de mudas, a ação poderá beneficiar todos os 279 municípios da bacia, nos estados do Piauí, Ceará e Maranhão.

Com investimento de R$ 1,5 milhão do Programa de Revitalização das Bacias dos Rios São Francisco e Parnaíba, o convênio prevê a reforma e ampliação das instalações e a implantação de um viveiro florestal na Floresta Nacional de Palmares, unidade de conservação federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no município de Altos (PI). O convênio contempla ainda construção de cerca no perímetro da Flona, melhoramento de estradas, construção de centro de uso múltiplo, entre outras ações.

O resultado esperado é a recuperação de áreas de matas ciliares com a oferta de mudas de diversas espécies nativas, que atenuarão os efeitos negativos do desmatamento e degradação do solo, reduzindo a ocorrência de processos erosivos que contribuem para o assoreamento do rio Parnaíba e seus afluentes.

Segundo o presidente da Piauiflora, Deocleciano Guedes, a produção de mudas deve começar em maio. “A grande dificuldade é ter as mudas de espécies nativas para fazer a recuperação. Com o viveiro, nós vamos ter como reflorestar essas áreas. Além disso, o viveiro florestal também terá a finalidade de ser um centro de treinamento para outros viveiristas aprenderem o trabalho de reflorestamento”, disse.

“O estabelecimento de mudas nativas em plantios de recuperação de áreas degradadas, principalmente na Caatinga, é um grande desafio. Assim, ao implantar viveiros florestais a Codevasf está colaborando com o desenvolvimento de tecnologias de recuperação ambiental para a região”, afirma o engenheiro florestal Camilo Cavalcante de Souza, da Unidade de Conservação de Água, Solo e Recursos Florestais da Codevasf.

O engenheiro florestal explica que, aliada a essa iniciativa, a Codevasf tem apoiado a implantação de Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CR-ad’s), em parceria com Universidades Federais, visando desenvolver metodologias específicas e adaptadas para a região. Como exemplo, ele cita a implantação dos CR-ad’s em Arapiraca (AL), Serra Talhada (PE) e em Petrolina (PE), em parcerias com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), respectivamente.

Inicialmente, a produção será de mudas de espécies nativas para recuperação de áreas degradadas. Em um segundo momento, serão produzidas mudas destinadas à arborização urbana e implantação de florestas visando a produção de energia.