Comer cação pode não fazer bem à saúde e contribui para a extinção de tubarões
A feira da Caramuru é um dos locais preferidos dos parnaibanos na hora de comprar pescados, já que lá é fácil encontrar vários tipos de peixes, desde os mais comuns, até os exóticos, como é o caso do cação – que muita gente acredita ser uma espécie de peixe, mas que na verdade é um nome genérico e comercial para a carne de tubarão.
O litoral piauiense é o local ideal para se encontrar esse tipo de pescado, onde o quilo desse predador custa em média R$ 18,00 o quilo.
Segundo dados de uma sondagem encomendada por pesquisadores, 7 em cada 10 brasileiros consomem carne de tubarão sem saber. De acordo com a pesquisadora doutora Georgia Aragão, o consumo da carne do conhecido cação não é recomendável. “Todas as espécies de tubarão são consideradas animais de topo de cadeia alimentar, são predadores, então eles se alimentam de praticamente tudo que está abaixo da cadeia. Como a gente tem um alto índice de poluição, de degradação ambiental, os tubarões são animais que vão acumulando na sua carne metais pesados. Metais pesados são elementos químicos que os seres humanos e o próprio tubarão não absorvem, então a gente vai acumulando no nosso corpo, nós podemos dizer que os tubarões são bioacumuladores. O problema é que o metal pesado pode desenvolver uma série de problemas para a saúde”, explicou.
No Brasil existem leis que visam proibir a captura de espécies ameaçadas, o que é o caso do tubarão. Estudiosos estimam que desde 1970 a população do predador no mundo caiu 71%. A falta de fiscalização dos órgãos competentes seria o motivo de tamanha redução, visto que sem a intensificação dessas medidas de preservação ambiental pescadores pescam e vendem a carne desse animal com mais facilidade, pois há grande procura por esse alimento.