Confira entrevista com Paulo Moroni, novo treinador do Parnahyba Sport Club:
Nome: Paulo Moroni
Nascimento: 28.09.1961
Naturalidade: Santa Rosa – RS
Carreira (em resumo): Flamengo, River, Barras e 4 de Julho (PI); Guarani (SP), São Gonçalo, Baraúnas, ABC, América, Santa Cruz (RN); Botafogo, Treze (PB); Inter de Santa Maria (RS); Ipitanga (BA); Confiança (SE); Bacabal (MA).
Títulos: Foi campeão nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte e São Paulo.
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1 – No início do ano, em busca de um grande nome, você e o ex-treinador Aníbal Lemos dividiram opiniões na decisão para o comando técnico azulino. O que dizer acerca disso?
“…Já vínhamos conversando, há um tempo, com o Batista… Agente vê com bons olhos, porque é o reconhecimento do trabalho de pessoas que estão conseguindo resultados. Eu assumi um compromisso em Aracaju, desde outubro, onde agente procurou fazer um projeto com mais tempo, o que ficaria impossibilitado, mesmo que houvesse um convite do Parnahyba para essa data. Mas, o importante é que houve a possibilidade…de a gente trabalhar juntos, não é uma forma ideal, porque já começou…o ideal seria a gente montar uma equipe também, mas foi dessa forma, não temos mais o direito de contratação. Então a gente vai ter que trabalhar com o grupo que está aqui, e a gente espera resgatar neles o ‘início da competição’, que foi ter resultado… Então, esse resultado tem que aparecer e a gente vai procurar fazer o máximo, possível e impossível, pra que eles sejam uma constante no clube.”
2 – Qual a filosofia de Paulo Moroni?
“É muito ampla essa questão de filosofia de trabalho. O futebol tem uma maneira de trabalhar, o futebol não tem dois caminhos… Você tem que trabalhar com honestidade, com conhecimento, com caráter… O futebol implica em várias situações: o treinador tem que ter conhecimento de atleta, metodologia de trabalho, visão de campo, nas substituições… Então você tem que ter esse pensamento um pouco mais amplo em relação a isso… Mas eu tenho doze anos como treinador profissional, tenho trinta e dois de futebol, em várias regiões trabalhei… então, a gente tem uma gama de conhecimento, o que não significa que há alguém no futebol que saiba mais do que outro, mas a gente sabe como conduzir. A minha conduta perante ao Parnahyba vai ser com uma filosofia de trabalho, de honestidade, de caráter, de conhecimento, e fazer com que aquilo que nós temos hoje em mãos tenha rendimento.”
3 – Além de outros títulos, você foi campeão com o Flamengo, River, Barras e 4 de Julho. Com que pensamento você chega ao Parnahyba?
“O pensamento é de ser campeão. O Parnahyba não é um clube para disputar competições, ele tem que entrar pra vencer. Já demonstrou, numa época áurea, com o Tricampeonato… a gente sabia que a cidade toda estava envolvida nesse mesmo projeto… não havia divisões, não pode haver essas divisões… Então, se houver, dentro e fora de campo, a unidade, a tendência é você buscar o título. Logicamente que o campeonato se divide em duas etapas, dentro da minha visão: uma é você chegar, outra é você ganhar. Só se ganha, então, aquele grupo que tem, em todos os seus setores, uma unidade, uma união, se não vai ter sempre algo que não vai fechar, e o futebol exige uma performance muito detalhada e ampla de várias situações para você atingir uma meta.”
4 – Iniciar um trabalho com um grupo já fechado não poderá atrapalhar ou limitar o desenvolvimento do comando técnico?
“Não… Limita no sentido de você poder dar uma qualidade e uma capacidade de competição maior ao grupo. Agora, tirar alguma coisa do treinador, não! O treinador vai ter que tirar alguma coisa de cada jogador… Porque, dentro da minha visão, tenho um bom grupo, principalmente um bom time… Tem ‘três, quatro peças’ do lado de fora que são, eventualmente, usadas, e tem a garotada que tem muita qualidade, mas falta bagagem… e o futebol precisa da experiência. Então a gente vê de um lado um grupo que tem uma maturidade, que tem uma jovialidade, mas a competição vai depender muito… parece que, ano passado, houve problema com perdas de jogadores, e com a reposição… Este, talvez, seja o problema que eu possa enfrentar aqui, essa reposição de jogadores importantes do grupo que não possam ser substituídos em determinados momentos”.
5 – O Parnahyba fará 100 anos em 2013, e o foco da Diretoria é conquistar o título estadual deste ano, a fim de disputar as competições nacionais em seu centenário. Como essa responsabilidade é entendida por você?
“Por um lado, é ótimo para Treinador… pena que eu não chegue em tempo hábil de fazer as contratações, porque o clube que quer atingir essas metas ele tem que dar essa condição para chegar… A gente vem de uma situação de limitação, devido o problema de inscrição… Então, é um desafio maior, mas é um desafio, um pedido da Diretoria justo, de direito, porque todos querem ser campeões…numa data importantíssima, não só aqui, mas em qualquer clube que complete cem anos é algo extraordinário, uma história, um século, não é pra qualquer clube… E a gente espera poder fazer com o que a gente tem aqui atingir essas metas. Logicamente, a gente sabe que é difícil, porque hoje o que faz com que o campeonato piauiense seja difícil é a igualdade, não há uma equipe tão superior a outra, talvez em algumas coisas… Mas há um nivelamento muito grande. Quem, geralmente, consegue atingir uma meta nesse sentido, é um plantel que não vai ter problemas com jogadores saindo, entrando, com lesões ou cartões, mantendo o time até o final. Nós estamos tendo um problema de estar ‘caindo’, começou bem e caiu… isso é um pouco preocupante, porque a gente tem que fazer com que a equipe reaja novamente, e urgentemente, dentro de uma limitação. Mas é nosso trabalho, a gente assumiu essa responsabilidade, e vamos procurar fazer de tudo para o Parnahyba atingir as metas”.
Ídolo: “Olha, ‘tchê’, eu sou fã da humanidade… eu acho o ser humano algo especial.”
Saudade, num contexto geral: “Família”.
Estímulo: “Atingir uma meta maior na carreira”.
Família: “Super importante”.
Quem era Paulo Moroni, em relação ao momento atual?
“Paulo Moroni sempre foi o mesmo, mudou muito pouco, a não ser no conhecimento”.
Um jogo memorável: “Todo campeonato vencido como atleta e treinador é memorável”.
Dificuldades numa relação coletiva: “Treze da Paraíba”.
O significado da vitória e da derrota: “O que há de melhor, o que há de pior”.
Os desafios da profissão (os obstáculos a serem superados): “Todos, menos o treinador conhece futebol”.
Objetivos atuais, em curto prazo: “Atingir série B, série A”.
Dedicatória do resultado do trabalho (a quem dedica os frutos positivos?): “Eu andei muito só…eu dedico à minha capacidade de adaptação”.
Um recado aos torcedores do Parnahyba: “Sejam grandes como sempre foram, e a gente vai fazer com que o clube se torne grande novamente”.