Ronaldinho acena em treino da seleção (Foto: Jeffrey Arguedas).

Quase ninguém na Costa Rica vai ficar chateado se o Brasil vencer a partida amistosa entre as duas seleções hoje, às 23h (de Brasília).

A única exigência do público local é que Ronaldinho e Neymar joguem, acenem para a arquibancada e não repitam o que fez Lionel Messi.

Não é exagero: o astro do Barcelona é o homem mais odiado do país. Tudo porque, em março, não participou de amistoso da Argentina contra a seleção local, no mesmo Estádio Nacional em que o Brasil vai se exibir hoje.

Ronaldinho e Neymar serão titulares. Na semana passada, o técnico Mano Menezes disse que pouparia o santista em um dos jogos desta turnê, contra Costa Rica ou México, a quem o Brasil enfrenta na terça, em Torreón.

Há pouco mais de seis meses, a presença de Messi em San José fez os 36 mil ingressos desaparecerem das bilheterias em poucas horas.

Houve quem pagasse U$S 600 (cerca de R$ 1.100) por uma entrada. Veio gente de toda a América Central.

Mas uma “sobrecarga muscular”, como explicou o então técnico Sergio Batista, impediu o camisa 10 de jogar.

Messi não saiu do banco e foi vaiado o tempo todo. A explicação não serviu para aplacar a ira costa-riquenha.

O jogo foi 0 a 0, mas uma derrota com gol de Messi teria sido mais comemorada.

“Engano”, “crueldade”, “farsa” foram os termos utilizados pelos jornais na época para definir o que ocorreu.

O episódio até hoje repercute na cidade. “Ele não saiu do banco, não acenou para as crianças que queriam vê-lo”, afirmou o funcionário público Rafael Quiroga.

Ronaldinho fez parte do trabalho ontem. Em entrevista para os meios de comunicação locais, falou três vezes que pretendia “dar alegria para a gente da Costa Rica”.

O “fator Messi” é apontado pelos torcedores como o principal responsável pela fraca venda de ingressos para o jogo de hoje do Brasil.

Cerca de metade dos 36 mil bilhetes foram comercializados. “Agora, fica todo mundo esperando o último dia para ter certeza de que Ronaldinho vai mesmo jogar”, disse o motorista Allán Córdoba.

Em meio à festa para Ronaldinho e Neymar, a seleção brasileira fará seu 17º jogo sob o comando de Mano.

Uma semana depois de ter vencido seu primeiro clássico, por 2 a 0, sobre a Argentina, o técnico volta a fazer experimentações no time.

Mano deve promover a estreia de três jogadores: os laterais Fábio e Adriano, além do volante Luiz Gustavo.

Daniel Alves, Marcelo e Lucas Leiva, titulares indiscutíveis de Mano, ficam no banco hoje e voltam à equipe na semana que vem, contra o México, um adversário mais forte –é o 20º no ranking da Fifa, enquanto a Costa Rica ocupa somente o 57º lugar.

Fonte: Folha Online