A intolerância religiosa é um problema persistente que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. no Brasil, um país conhecido por sua diversidade cultural e religiosa, essa intolerância pode se manifestar de várias formas, desde discriminação e preconceito até agressões físicas e verbais. O registro de denúncias feitas ao disque 100, cresceu no país desde o fim da pandemia, o que tem preocupado grupos religiosos de matriz africana.

Os dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Religiões de matriz africana como o candomblé e umbanda estão entre os mais seguidos no país. Em contrapartida, seus adeptos são os que mais sofrem discriminação. 

Doté Thiago, candomblecista, sente isso na pele todos os dias e classifica esses atos discriminatórios, não apenas como intolerância, mas como racismo. “O crime, de fato, é de racismo. Então o racismo religioso tem crescido muito. […] Nós temos vários casos no estado do Piauí, inclusive terreiros que foram fechados”, lamentou. 

Intolerância religiosa refere-se a atitudes e comportamentos que denigrem, desrespeitam ou prejudicam indivíduos ou grupos com base em suas crenças religiosas. Isso pode incluir insultos, vandalismo contra locais de culto, ameaças, agressões físicas e outras formas de discriminação. 

De acordo com o delegado de Polícia Civil, Williams Pinheiro, a Constituição Federal de 1988 é clara ao garantir a liberdade religiosa e o Código Penal prevê punições específicas para atos de intolerância religiosa. “Nós temos a lei dos crimes de racismo, que é a lei que cabe à questão da religião, preconceito de raça, cor, etnia, preconceito contra o seu culto, à sua religião, ela entra na lei de racismo”, explicou.