Com expansão dos aplicativos de mensagens, bancos e redes sociais a praticidade e a confiança no desempenho desses meios têm aumentado. Esses facilitadores de conexões sociais entre pessoas, empresas e instituições proporcionam uma sensação de segurança que muitas vezes forma o terreno perfeito para golpistas. São tantas as vezes, que de acordo com a Delegacia Especializada em Crimes Virtuais, em 2019, crimes de estelionato on-line cresceram 200% no Piauí.

 

Na segunda-feira (20), a cantora Pamela Lima registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, em Teresina, após ter a conta do WhatsApp invadida por um estelionatário no domingo (19). O golpista se passou por um assessor de Frank Aguiar e pediu os dados pessoais da vítima. Após essa etapa, explicou que a cantora iria receber um código via SMS e e-mail, sendo necessário realizar a verificação e fornecer os números para ele.

 

Em menos de cinco horas, o criminoso invadiu a conta da cantora e pediu para que vários contatos da lista transferissem o valor de R$ 1.900. Felizmente, Pamela percebeu o golpe e divulgou em uma rede social esclarecimentos sobre o caso.

 

Diante disso, fica claro que toda a rapidez e praticidade pode ser convertida em um verdadeiro pesadelo cibernético que afeta a vida dos usuários dos aplicativos e demais ferramentas do mundo online. São crimes que têm como característica uma ação não direta à vítima: os criminosos necessitam apenas de dados, certa capacidade de montar uma farsa por meio mensagens ou demais informações e outras singularidades específicas, como a ausência ou utilização da identidade de outra pessoa para cometer crimes.

 

Essas condutas são ilícitas e tipificadas como crime de estelionato previsto no artigo 171 do Código Penal, disse Eduardo Henrique, vice-presidente da Comissão de Direito Digital da OAB-PI.

 

Eduardo informa que os golpes via WhatsApp são precedentes de outros já praticados com a utilização de celulares e proveito de informações como e-mails e números disponibilizados em grandes sites de compra e venda.

 

“A vulnerabilidade das vítimas encontra-se na própria engenharia social que é utilizada pelos criminosos e na confiança depositada em uma falsa conversa. O atacante usa a persuasão, muitas vezes abusando da ingenuidade da vítima, para cooptar informações que possam ser utilizadas para obter acesso não autorizado a computadores, dispositivos móveis”.

 

 

O vice-presidente da Comissão de Direito Digital reforça que um dos principais métodos para a segurança dos usuários é o modo de verificação em duas etapas.

 

O usuário ativa a função em configurações/ajustes > conta > verificação em duas etapas. Assim, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app.

 

Ademais, caso a senha tenha sido clonada, é importante registrar o boletim de ocorrência na sede da Delegacia Especializada em Crimes Virtuais, localizada na Rua Coelho Rodrigues, número 760, no bairro Centro (Sul), para que a polícia possa investigar o crime.

 

Como não cair no golpe?

 

Para invadir o aplicativo de outra pessoa, os criminosos enviam links por e-mail, WhatsApp ou SMS. Os textos que acompanham os links são criados para atrair a atenção de quem visualiza. Alguns prometem prêmios, jogos e demais informações que despertam a curiosidade do usuário. Sendo assim, o passo número dois para escapar das ações criminosas é sempre desconfiar.

 

Fonte: Meio Norte