O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) lançou protocolo para retorno de cirurgias eletivas no Estado suspensas desde março devido à pandemia do novo coronavírus. Entre as recomendações, o retorno de procedimentos cirúrgicos com 50% da capacidade pelos próximos dois meses.
“Se um hospital fazia normalmente quatro cirurgias, a orientação é que faça agora duas. Essas diretrizes do CRM são para que hospitais e clínicas se preparem para o retorno das cirurgias, assim que forem autorizadas pelo estado e município”, explica Mírian Parente, presidente do CRM-PI.
Ela destaca a necessidade de retorno dos procedimentos cirúrgicos eletivos, uma vez que o atendimento ambulatorial já está funcionando.
“Os hospitais privados já retornaram há algum tempo o atendimento ambulatorial. Agora também Lineu Araújo e o HGV anunciou recentemente que ia voltar esta semana. Com isso, por exemplo, um paciente vai para uma consulta e sai com recomendação de fazer cirurgia, mas não pode porque estão suspensas. Daí esse protocolo para que todos se preparem para esse retorno que acredito que será em breve”, destaca Parente.
A médica diz que deverão ser realizadas cirurgias que estavam agendadas no início da pandemia como os procedimentos que surgiram durante a crise da Covid-19.
“Há muita demanda reprimida e acredito que deve ser feito um revezamento que priorize não apenas quem já tinha cirurgia agendada, pois foram aparecendo novas demandas também agora”, disse Parente.
DIRETRIZES LANÇADAS PELO CRM-PI PARA CIRURGIAS
1. Considerar todos os itens anteriores em relação à higienização do ambiente e mobiliário, distanciamento, EPIs, acompanhantes, representantes comerciais, testagens dos profissionais de saúde e colaboradores.
2. Levar em consideração a ponderação da indicação de cirurgias e procedimentos invasivos eletivos em pacientes portadores de risco para a forma grave da Covid-19. Devem ser priorizadas cirurgias oncológicas, transplantes, traumas, pacientes em sofrimento intenso ou risco de infecção.
3. Esclarecer e informar o paciente sobre a progressão atual da pandemia, o conhecimento atual sobre a doença e a evidência de que pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos que desenvolveram Covid-19 no pós-operatório imediato evoluíram com maior gravidade da doença, mediante assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido sobre Covid-19 (ANEXO I).
4. Considerar o limite de 50% (cinquenta por cento) da capacidade instalada do bloco cirúrgico nos próximos 60 (sessenta) dias.
5. O funcionamento do bloco cirúrgico deve seguir as especificações de cada instituição, sob responsabilidade do diretor técnico, contanto que não sejam conflitantes com as normas sanitárias vigentes.
6. O funcionamento dos setores de internação deve respeitar a diferenciação de pacientes Covid-19 e não Covid-19. Os pacientes internados para cirurgias eletivas devem apresentar testagem negativa e ficarem em blocos ou áreas diferenciadas, seguindo fluxos individualizados e não cruzados.
Fonte: Cidade Verde