O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) iniciou depoimento na manhã desta segunda-feira (6) na Justiça Federal em Brasília sobre o suposto esquema de propinas envolvendo financiamentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal.
O esquema é investigado pela Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato. Além de Cunha, também são réus nesse processo Lúcio Funaro, operador do PMDB, Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, e Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara.
Cunha tem dito que é inocente e que irá “desmentir tudo” e “mostrar as mentiras que estão sendo faladas”.
A fase de interrogatórios dos réus pelo juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, começou há quase duas semanas.
Em seu depoimento, Cleto, que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público, relatou que recebeu propina em dinheiro vivo das mãos de Cunha.
Funaro, que também é delator, confirmou o esquema de corrupção e listou as pessoas que teriam conhecimento do esquema na Caixa, entre elas o presidente Michel Temer.
Condenação
Cunha está preso desde outubro de 2016 no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Por conta da fase de interrogatórios na Operação Sépsis, ele foi transferido temporariamente a Brasília para acompanhar os depoimentos dos demais réus.
O ex-deputado já foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, a 15 anos e 4 meses de reclusão em outra ação.
Nesse processo, Cunha foi acusado de receber propina em contrato da Petrobras para a exploração de petróleo no Benin, na África.
Fonte: G1