O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deixou claro, em inúmeras oportunidades, que não pretende concorrer novamente à presidência da República. Numa conversa com empresários, usou a imagem do piloto alemão Michael Schumacher, que venceu tudo na primeira fase da carreira e só acumulou frustrações, após seu retorno à Fórmula 1, para justificar suas razões
No entanto, a análise detalhada da pesquisa Datafolha deste fim de semana pode reativar as pressões, dentro e fora do PT, especialmente em setores da base aliada insatisfeitos com a relação com o Palácio do Planalto, para que ele reveja sua posição. Os dados revelam que, diferentemente do que ocorria em pesquisas anteriores, Lula teria hoje mais facilidade para se eleger do que a presidente Dilma – muito embora ambos pareçam capazes de vencer, com folga, no primeiro turno.
Ao todo, o Datafolha pesquisou quatro cenários: dois com Lula e dois com Dilma concorrendo pelo PT. Em vez de incluir apenas os candidatos já conhecidos, como Aécio Neves, do PSDB, Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, o Datafolha fez também uma simulação com o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal.
Eis os resultados da pesquisa realizada nos dias 6 e 7 de junho de 2013:
Cenário A (com Dilma)
Dilma 51%
Marina 16%
Aécio 14%
Eduardo Campos 6%
Dilma teria uma vantagem de 15 pontos em relação aos adversários, que, em março deste ano, era de 26 pontos.
Cenário C (com Lula)
Lula 55%
Marina 15%
Aécio 13%
Eduardo Campos 5%
Lula teria uma vantagem de 22 pontos em relação aos adversários, que, em março deste ano, era de 30 pontos.
Cenário B (com Dilma)
Dilma 49%
Marina 14%
Aécio 12%
Joaquim Barbosa 8%
Eduardo Campos 5%
Dilma teria uma vantagem de 10 pontos em relação aos adversários, que, em março deste ano, era de 21 pontos.
Cenário D (com Lula)
Lula 55%
Marina 12%
Aécio 11%
Joaquim Barbosa 8%
Eduardo Campos 3%
Lula teria uma vantagem de 21 pontos em relação aos adversários, que, em março deste ano, era de 22 pontos.
A pesquisa revela, portanto, que, sem Joaquim Barbosa, Dilma teria 15 pontos de vantagem sobre os adversários contra 22 de Lula. Com o ministro do STF no jogo, a margem de Dilma seria de 11 pontos contra 21 de Lula.
Em todos os cenários, trata-se de uma vantagem considerável, mas o fato é que a pesquisa acrescenta um elemento a mais de incerteza no jogo.
Fonte: Brasil 247