O Governo do Estado, através da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar), assegura que, até o fim deste ano, o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba estará completamente demarcado e sinalizado. Além da demarcação, está sendo realizado um levantamento agrícola e fundiário completo que garantirá a efetiva proteção dos seus 750 hectares, acompanhado de ações de educação ambiental junto às comunidades da região. A demarcação é realizada através de convênio com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), e os recursos investidos chegam a mais de R$ 4,5 milhões.
“A demarcação do Parque das Nascentes é um das nossas prioridades em 2013. O que estamos fazendo é tirando o parque do papel. Estamos demarcando os seus 750 hectares, com coordenadas geográficas precisas e colocando avisos de que aquela área é protegida por lei. Paralelamente estamos realizando um levantamento fundiário detalhado, o que permitirá a indenização de possíveis proprietários de terras e vai assegurar a proteção efetiva do parque”, explica o secretário da Semar, Dalton Macambira.
Apesar de ser uma área de preservação federal, com parte de suas terras localizados em mais três estados, Maranhão, Bahia e Tocantins, o Parque das Nascentes do Rio Parnaíba tem 80% dos seus 750 hectares situados no Sul do Piauí, exatamente nos contrafortes da Chapada das Mangabeiras, onde o rio nasce. Por isso mesmo, segundo o secretário Dalton Macambira, o trabalho de educação ambiental que vem sendo realizado alcança às populações dos quatro estados, sendo que no Piauí, os municípios diretamente contemplados são Gilbués, São Gonçalo do Gurguéia, Barreiras do Piauí e Corrente.
“Nós estamos tentando mostrar para essas comunidades a importância de preservar as nascentes do Parnaíba e proteger essa área como uma unidade de conservação e proteção integral. Procurando despertar naquela população o seu interesse para atividades voltadas para o ecoturismo. Ou seja, atividades econômicas que não agridam o parque, mas que gerem economia para a região”, afirma.
Criado há dez anos, através do Decreto de 16 de julho de 2002, a implantação do Parque das Nascentes só começou a se transformar em realidade em setembro de 2012, quando o governador Wilson Martins assinou a ordem de serviço autorizando a demarcação. A partir de então, equipes de pesquisadores da empresa Geoplan vêm fazendo visitas à população que vive no entorno das nascentes, a fim de realizar a demarcação topográfica, levantamento cadastral físico, agrícola e jurídico, regularização fundiária, bem como executar ações de educação ambiental e de comunicação social nos municípios que fazem parte do parque.
Todas as ações desenvolvidas pela Semar junto ao parque acontecem em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da área.
Além de abrigar as nascentes do Parnaíba, rio originado dos cursos do Lontras, Curriola e Água Quente, o Parque é reconhecido como uma das maiores e mais conservadas extensões do Cerrado brasileiro, tendo uma fauna diversificada, com aproximadamente 60 espécies de mamíferos e 211 espécies de aves catalogados. Muitos destes animais já estão ameaçados de extinção, como o porco-do-mato, veado-campeiro, jaguatirica, onça-pintada, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, gavião-real, arara-azul e muitos outros.
Revitalização
O Governo do Estado vem investindo em mais três grandes ações estratégicas que visam proteger e revitalizar o rio Parnaíba. São elas: recuperação de áreas degradadas, esgotamento sanitário e lixo.
Trecho do rio Parnaíba em Santa Filomena, município do Sul do Estado contemplado por ações Semar
No que se refere à recuperação de áreas degradadas, de responsabilidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, merece destaque o trabalho que vem sendo realizado nos municípios de Gilbuéis e Santa Filomena que vem combatendo a desertificação na região, o que tem contribuído para a diminuição do processo de assoreamento do Parnaíba e de seus afluentes.
Outra ação importante foi a criação de uma base de produção de mudas que está sendo desenvolvida na Floresta Nacional de Palmares, unidade de conservação federal localizada entre Teresina e Altos. O objetivo das mudas é o reflorestamento das margens do Velho Monge.