Apesar de Teresina ter se transformado num canteiro de greves nos últimos dias, a população, que juntamente com a classe trabalhadora, sempre se prejudica com as paralisações tem conseguido contornar os problemas ocasionados pelo não funcionamento dos Correios, Bancos e DETRAN. Este último teve a greve suspensa no sábado por meio de decisão do Tribunal de Justiça, que alegou que os grevistas não cumpriram alguns prazos, bem como não havia 30% do efetivo trabalhando.
Na segunda-feira, 30, o DETRAN retomou o funcionamento das atividades com todo efetivo trabalhando. Porém, o secretário de comunicação do Sindicato dos Servidores do DETRAN, Carlos Cordeiro, afirma que os grevistas estão se articulando para derrubar a liminar do TJ-PI, com um mandado de segurança que garanta o direito de greve dos servidores do DETRAN. Por isso, mesmo com a normalidade dos serviços, é possível que a greve seja reinstaurada.
Os servidores do DETRAN reivindicavam apenas uma reestruturação no plano de cargo e carreira dos servidores. O Sindicato e o Governo do Estado divergem em alguns pontos ainda do plano que já foi elaborado. Segundo o Sindicato, a proposta não contempla todos os servidores e este foi o estopim da greve.
Nos Correios, a greve permanece, no entanto, nas agências tudo funciona normalmente, com 86,03% dos empregados trabalhando normalmente. As pessoas que se encontravam na Agência Central dos Correios, na Avenida Antonino Freire, relatavam que não tiveram grandes problemas com os serviços da empresa. No entanto, numa lotérica próxima a Praça Pedro II, a monitora Maria da Paz, afirma que suas contas chegaram atrasadas e ela foi obrigada a pagá-las com juros.
“Não tive problema com os bancos, mas com os correios. “Recebi dinheiro dia 27, e só não tinha pago as contas ainda, porque elas não tinham chegado. As contas estão chegando atrasadas e estou pagando juros enormes”, relata.
BANCOS – O movimento nas agências bancárias até agora flui com relativa tranquilidade. Arlene Luíza declara que ainda não teve problemas nem com o banco e nem com os Correios. Ela informa que resolve tudo pelo internet banking e nas agências ela observa que o atendimento tem ocorrido até de maneira ágil. Já o estudante Vinícius Martins, que estava na fila para pagar um boleto com valor que ultrapassa os limites do caixa eletrônico, reclama que a demora tem sido intensa, mas reconhece que o direito de greve é legítimo.
Assim como Vinícius, quem não consegue resolver os problemas nos caixas eletrônicos ou no internet banking, sofre ao ter que enfrentar a fila de atendimento, já que apenas o gerente geral com uma equipe reduzida está atendendo a demanda que em geral busca redefinir senhas, solucionar problemas no cartão ou pagar ou sacar somas elevadas de dinheiro que não podem ser operacionalizadas no caixa eletrônico comum.
Fonte: meionorte.com