Foto: Ascom/ tartarugas aruanã

Foram encontradas na praia do Itaqui, em Luís Correia, duas tartarugas estranguladas por redes lançadas em alto mar. As carapaças são de tartarugas aruanãs que foram encontradas pelos técnicos do Projeto do Tartarugas do Delta, nesta última quinta-feira (06).

 Os animais apresentavam cortes por todo o corpo e as nadadeiras estavam muito machucadas por conta das redes de pescas.

Segundo os biólogos do Tartarugas do Delta, existem vários fatores que contribuem com o quadro de extinção destes animais, por isso, existem programas de conservação para as espécies de tartarugas marinhas.

Dentre os fatores que comprometem a sua sobrevivência, podem ser citados: colisão com barco; Emalhamento com redes de pesca (espera); Arrasto de camarão que leva a fauna acompanhante; Ingestão de anzóis e linha, causando ferimentos; Ingestão de lixo (plásticos); Degradação do habitat de áreas de reprodução e alimentação; Ocupação desordenada das praias; Circulação de veículos nas áreas de nidificação, causando a compactação na areia; Iluminação artificial; E depredação de ninhos.

Conforme informações dos técnicos, quando estes animais são encontrados na praia, registra-se a ocorrência, as características externas do exemplar são avaliadas e em seguida, classifica-se em três categorias, na proposta de justificar as prováveis causas da morte.

“A primeira é a ação antrópica que é definida como morte ocasionada por ação direta do homem , a segunda são as causas naturais de enfermidades, definidas como mortes ocasionadas por predação ou por doenças. E a última denominamos de causa indeterminada, quando a informação sobre a morte do animal não estava disponível, normalmente acontece quando há  estado de decomposição ou a localização do animal não permitiu a realização da necropsia ou ainda quando a necropsia não foi conclusiva” , explicou a coordenadora Técnica do projeto, bióloga Werlanne Santana.

A coordenadora disse ainda que uma alternativa para tentar minimizar ocorrências desta natureza é continuar desenvolvendo ações de educação ambiental, como ferramenta para a conservação. “Dentro do trabalho realizado, orientamos pescadores sobre técnicas de reanimação, caso as tartarugas marinhas seja encontradas emalhadas na rede de pesca”, revela.

A pesca às tartarugas marinhas é proibida por lei federal, mas existem ocorrências de emalhe acidental nos diversos tipos de artes de pesca, e sem conseguir respirar, o animal acaba desmaiando e às vezes chegam a óbito por estrangulamento. “Este foi o caso da ocorrência registrada na manhã desta quinta, onde foram encontradas duas tartarugas nos afloramentos rochosos perto da Vila Itaqui”, disse a bióloga. “Infelizmente temos mais um registro para arquivar de encalhe no nosso litoral, contudo, gostaríamos de contar com a colaboração da comunidade, para que possa repassar informações sobre as ocorrências encontradas. Quando estes animais aparecem na praia geralmente estão mortos ou bastante debilitados, dificultando a possiblidade de animação”, solicitou Werlanne Santana.

Para ajudar os técnicos pedem que a comunidade evite jogar lixo na praia e ao encontrar tartaruga marinha emalhada na arte de pesca, retire o animal da rede com cuidado, deixe-o descansando com a parte posterior mais elevada, para que possa liberar a água que ingeriu, em seguida, devolva para o mar. “Às vezes o animal está apenas com sintomas de afogamento e facilmente é confundido como se estivesse morto. Nosso contato é (86) 9962-5065, podem nos ligar que deslocaremos uma equipe para realizar os procedimentos necessários”, finalizou.

O projeto Tartarugas do Delta, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, vem contribuindo com o levantamento de dados e divulgação destes resultados para comunidade em geral. Mais informações no site www.tartarugasdodelta.org.br

Fonte: Ascom Tartarugas do Delta