Momento do gol de Anderson Kamar, pelo River-PI (Foto: Nayra Macedo)

O amor sublime do Parnahyba explodiu no peito do torcedor azulino. Ou melhor, pintou o Piauí nas cores azul e branco do time do litoral, com a conquista do título estadual de 2013. No ano do seu centenário, o grande Tubarão faz história no dia 19 de maio: levanta a taça de bicampeão após derrubar o River-PI, por 2 a 2, dentro do Estádio Lindolfo Monteiro, em Teresina, lotado, com um público de 5.128 torcedores, fazendo uma renda R$ 57.690,00. O pulsante Lindolfinho se calou. E viu um guerreiro e valente Parnahyba comemorar. A noite para a torcida azulina será pequena. E os próximos dias também.

O Tubarão começou mal a partida e viu o River-PI abrir 2 a 0 no primeiro tempo. Na volta, o time do litoral veio melhor armado e conseguiu marcar seu primeiro gol aos 8 minutos, com Gilmar Baiano, e empatar com Fabinho, aos 42 minutos. Depois foi apenas administrar o placar e levantar a taça pela segunda vez seguida e a quinta de sua história profissional.

Aranha, Eridon, Gilmar Bahia, Ivan, Rian, Ramon, Luciano, Capela, Idelvando, Zé Rodrigues e Fabinho… São os filhos bravos e destemidos do litoral. A torcida do Parnahyba reverencia a equipe pelo quinto título, da era profissional, na centenária história. O grupo, aliás, deu uma demonstração de garra, e encontrou forças do inimaginável. Apesar da crise financeira – que atrasou o salário de todo o elenco – o grupo continuou firme, assim como traduz a letra do poeta R. Petit no hino do clube: “Do nosso esforço vem a surgir a glória excelsa em teu porvir”.

Mas foi no comando experiente do treinador Paulo Moroni que o Parnahyba, de fato, se tornou imbatível. Experiente, o técnico controlou o grupo no momento instável e soube usar a liderança para manter o foco na equipe. Assim, Moroni – que ganha o seu quarto título Piauiense da carreira – termina o campeonato com nove vitórias, cinco derrotas e quatro empates. Assim como na partida no Lindolfo, uma campanha equilibrada. E melhor, de glória.

Além de faturar a desejada taça de campeão, o Parnahyba é o primeiro time do estado a garantir vaga na Copa do Brasil 2014. Antes disso, o clube encara outra missão a partir do dia 2 de junho: disputar a Série D do Campeonato Brasileiro. O time do litoral caiu no grupo A2, ao lado do Gurupi (TO), Maranhão (MA), Salgueiro (PE) e Ypiranga (AP).

… E quem da luta todo ardor não liba. Ao som do brado: Salve ó Parnahyba!

River-PI cumpre objetivo

Sem o atacante Maranhão, o treinador Edson Porto escalou Gabriel ao lado de Anderson Kamar no ataque. O estilo veloz do jogador era o ingrediente que o técnico riverino desejava para reverter à vantagem do empate do Parnahyba na decisão. Do outro lado, Moroni optou pela segurança. Com o retorno de Eridon, o comandante manteve o restante do grupo que venceu o jogo de ida por 1 a 0.

E no confronto entre a velocidade e segurança, o Parnahyba teve melhor postura. Apesar do jogo truncado, com quatro faltas em oito minutos, veio da equipe azulina a primeira chance de abrir o placar: aos 4, Capela cobrou um arremesso lateral para Rian, que cruzou rasteiro pela esquerda. Com o goleiro Robinho já fora do lance, a bola passou por toda a pequena área, mas não nem Zé Rodrigues e Fabinho tocaram nela.

Só aos 7, com uma jogada de Jeferson, o River-PI chegou. E foi nas bolas paradas que o Galo começou a rondar a área do Parnahyba. Porém, o perigo era afastado sempre por Eridon, Gilmar Bahia e Luciano. Aos 10 minutos, o Lindolfo Monteiro explodiu nas cores tricolor. Pela direita, Totty cruzou. Aranha não segurou e deu rebote. Na confusão dentro da área, Anderson Kamar abriu o placar: 1 a 0.

Com o gol, o Parnahyba acusou o golpe. E em quatro oportunidades de ataque – com Kamar, Tote e duas de Neto, dentro de um período de quatro minutos – o River-PI não ampliou o placar. Com o controle da partida, Thiago Marabá e Jefferson dominavam o meio de campo. Sem espaço, o Parnahyba tinha dificuldades, tanto que só aos 25 minutos um chute fraco de Capela trouxe algum trabalho para Robinho.

River-PI x Parnahyba final campeonato piauiense (Foto: Nayra Macedo)

E se Robinho não teve tanto trabalho, o mesmo não pode ser dito para Aranha. Aos 39 minutos, Jeferson arriscou um chute da intermediária. O que era para ser algo despretensioso, se transformou no segundo gol do River-PI. Traído pelo quique da bola – talvez por conta do péssimo estado de gramado do Lindolfo – o goleiro do Parnahyba acabou aceitando o chute, e ficou com as penas do frango na mão. 2 a 0.

Parnahyba empata no final

Com dois gols de vantagem, tudo parecia tranquilo e o River-PI aguardava a prorrogação. Mas a equipe tricolor não contava com o gol de Gilmar Bahia logo na volta do intervalo. Aos 8 minutos, o jogador aproveitou uma cobrança de falta de Rian, pela direita, e apareceu como elemento surpresa. A bola encontrou o zagueiro livre, que descontou o placar.

Os torcedores do River-PI respiraram fundo. E o clima dentro de campo esquentou. Aos 15 minutos, os jogadores do Parnahyba cercaram o árbitro Antônio Dib de Morais após o volante Ramon levar cartão amarelo devido a uma dividida com Thiago Marabá. Com os ânimos controlados, o time de Moroni por pouco não empatou.

Em lance inacreditável, Fabinho, aos 18 minutos, perdeu em baixo da trave de Robinho. Pela esquerda, Rian foi até a linha de fundo, olhou para área e viu o atacante sozinho. Porém, o camisa 11 pegou mal e isolou.

Em jogo decisivo, um lance que fez falta ao Parnahyba. E a situação ficou ainda mais complicada com a expulsão do zagueiro Gilmar Bahia, aos 37 minutos. O jogador segurou Anderson Kamar ao barrar o contra-ataque do River-PI. Com um jogador a mais, o River-PI controlou o ritmo de jogo, mas até os 41 minutos.

Assim como no primeiro gol do Parnahyba, Rian cruzou. Após confusão na área, Fabinho testou e saiu comemorando. Tudo igual no Lindolfo Monteiro. Desesperado, Edson Porto ainda colocou Curiri no ataque. No entanto, o placar permaneceu em 2 a 2. A festa é do Parnahyba!

Fonte: Globoesporte.com/PI