thumbnail_Geraldo JuniorA humanidade sempre apresentou sintomas de ser egoísta e vivemos aqui no Brasil um momento que esse sentimento tão devastador, parece tomar as rédeas sem sequer pedir permissão. Diante de uma escalada da violência onde os fatos ocorridos servem como luva à ficção de Hollywood, o que estamos fazendo? – Subindo nossos muros, instalando cercas elétricas, portões automáticos. Junto com esses aparatos vem à distância dos vizinhos, o total desconhecimento do movimento da rua onde moramos, e o mais perigoso, a sensação ilusória de que estamos seguros.

Porém, precisamos nos deslocar, para trabalhar, resolver problemas, nos divertir. E mesmo em Parnaíba-PI com aproximadamente 160 mil habitantes, esse “sair da nossa toca” tá ficando cada dia mais perigoso. Não é muito difícil abrir um blog local e assistir vídeos de roubos, assaltos e mortes. Vale aqui lembrar, da violência no trânsito que também fere e mata através de veículos conduzidos por verdadeiros assassinos. E quando nos deparamos com esses fatos, onde os envolvidos nós não conhecemos, pedimos por uma proteção, cada um na sua crença, que analisada friamente, não passa de uma atitude extremamente egoísta. Tento explicar melhor através de duas perguntas: Porque essa suposta “proteção” aconteceria só pra nós? A vítima do acontecido, não teria pedido essa proteção?

Quero dizer aqui, em forma de alerta, que independente do nosso “pedido”, os roubos, os assaltos, as mortes continuam acontecendo e sim, pode ser que aconteça com a gente ou com quem convivemos. Precisamos combater esse “egoísmo cego”, só porque não aconteceu conosco ou com nossos parentes, não quer dizer que não esteja acontecendo. E estar acontecendo, deixando pais, filhos, famílias inteiras destruídas.

Então, tento através dessas linhas provocar os que leem a mudarem suas atitudes. Não adianta tapar os olhos e ouvidos e fingir que a violência no Brasil é suportável, só porque ainda não aconteceu com você. Como começar a mudar isso? Seguem algumas dicas:

* Primeiro de tudo, obedeça você as leis. Não cobre dos outros o que você não faz.

* Reclame de quem toma atitudes fora da lei. Mesmo se você não o conhece e principalmente se conhece. Se é um crime, denuncie. Existem meios de preservar sua identidade.

* Converse sobre o assunto “violência” em seus grupos, em casa, no trabalho, nas redes sociais. Exponha e ouça opiniões.

* Ao ser vítima de qualquer violência, denuncie em um órgão de segurança. Faça seu registro. Esses dados cobram atitudes dos governos.

* Quem for pedir seu voto, discuta segurança pública com ele. Pergunte o que ele pensa sobre o momento atual.

Para finalizar, deixemos o egoísmo de lado e abracemos a condição de ficarmos bem se todos estão bem.

Autor: Geraldo JúniorTécnico em telecomunicações pela Escola Técnica Federal do Ceará, hoje IFCE e Bacharel em Turismo pela UFPI. Representante da ACP Parnaíba na cadeira do Conselho Municipal de Turismo.