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Senador Elmano Férrer, em entrevista à Rede Meio Norte

O senador Elmano Férrer, durante entrevista ao vivo para o Jornal Agora, da Rede Meio Norte, falou sobre a movimentação política no Congresso acerca do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Qual será a posição do senador: Contra ou a favor?

“Nós vamos fazer julgamento. A Câmara dos Deputados, no domingo passado, aprovou por dois terços a admissibilidade da denúncia que foi lida quarta-feira no Senado e a partir de leitura tivemos e estamos decorrendo 48 horas para fazermos a indicação dos membros, que devem ser 21, para formação da comissão. A indicação está sendo feita pelos blocos parlamentares, quer dizer, os blocos são 6 e já deve estar sendo concluído, creio eu. A essa altura, a comissão de 21 membros, 21 suplentes, já deve ter sido formada. Agora, a comissão será instalada na segunda-feira, às 16 horas e daí então começa a decorrer 10 dias para que essa comissão, através do relator, que me parece será o Anastasia, do PSDB, e a presidência da comissão é do Raimundo Lira, do PMDB da Paraíba. Então, nos decorre 10 dias para que essa comissão apesente um parecer e nós façamos a votação que por 41 votos a presidente será afastada por um período de 180 dias para fazer sua defesa, quando começará, na realidade, o julgamento. Nós vamos aceitar a denúncia e o processo começa, de fato. Isso deve acontecer entre o dia 10, 11 ou dia 12 de maio. É mais ou menos esse o rito. Eu vou tomar a decisão na aproxima semana com relação à admissibilidade e depois vou , ou melhor, vamos formar um juízo para discutir o mérito e a votação dele, do mérito. Vai ser uma decisão definitiva se ela [ Dilma] continua ou não”, afirmou.

Há necessidade ou não do processo de impeachment de Dilma?

“Nós vamos ouvir a defesa e primeiro a acusação que nós já conhecemos, através de vocês que fazem parte da imprensa. Agora, vamos saber o que consta nos autos do processo, ouvir o contraditório para tomarmos uma decisão. É uma responsabilidade muito grande. A presidente está na Presidência da República por uma vontade de 54 milhões de pessoas. Então, com 54 votos do senado, ela poderá ser afastada. Então, é uma responsabilidade muito grande de todos os senadores. Tivemos um caso desse que, aliás, foi o primeiro da história, com o presidente Collor e chegamos nesta situação que não gostaríamos de estar. O país encontra-se praticamente parado. Vamos ficar assim até quando? Embora o prazo estabelecido seja de 180 dias, o importante é que se faça logo, porque a nação não pode continuar como está. Eu peço que o desdobramento aconteça de forma que não prejudique mais o País. Por falta de decisão do Senado, da Câmara dos Deputados, chegamos à essa situação. Não é possível que depois de uma crise dessa, nós não tenhamos uma responsabilidade perante à nação de fazermos às devidas reformas, não só no campo político, mas somos responsáveis por esse atual quadro em que se encontra o País. O Brasil avançou e precisamos avançar”, acrescentou.

O PTB optou por votar a favor do impeachment. Qual será o peso da questão política na decisão que tomará na votação do processo de impeachment?

“Quem vai julgar é o povo. Agora, nós temos que separar o processo eleitoral do momento atual. Eu, sinceramente, não vou levar isso em consideração. Eu fui eleito por vontade do povo piauiense. Fui votado por todos os partidos, por todas as classes. Eu tenho uma responsabilidade por todos. Eu terei minha independência para fazer essa decisão. Eu agirei de forma independente e não sou vinculado. Minha postura é de independência e sempre tenho repetido isso. Eu tenho que usar minha consciência. Vou procurar uma forma para que esta decisão esteja em sintonia com aquelas que votaram em mim. Pesa muito a responsabilidade de afastar uma presidente que teve mais de 54 milhões de votos. Eu vou avocar essa responsabilidade. A maioria já me orientou e no momento oportuno, vou tomar minha decisão”, declarou.

Fonte: Meio Norte