O presidente do Instituto de Pesquisas Amostragem, Batista Teles, concedeu entrevista à TV Costa Norte. Ele comentou a influência dos boatos nas redes sociais em meio às pesquisas de opinião nos tempos atuais, além de ter feito uma análise do cenário político a nível nacional e estadual. Sobre a baixa popularidade do presidente Michel Temer nas recentes consultas, Teles é incisivo. “Demostra não ligar pra opinião pública”.
Batista justifica sua afirmação ao ressaltar que mesmo com apenas 5% de aprovação das ações de seu governo, o presidente tem tido resultados positivos no xadrez político. “Michel Temer tem uma vasta experiência como deputado, é da área do Direito e conhece todos os caminhos no Congresso Nacional. A impressão que me passa é que não está nem ai para a opinião pública, porque ele tem ganhado todas”, afirma.
O presidente do Amostragem comenta ainda que a multiplicidade de informações que o público dispõe causa certa confusão. “A opinião é balizada na medida que a pessoa tem informações para emitir esta opinião. Mas se essas informações são bagunçadas, quando não se sabe é verdade ou o chamado fake, isso contribui de forma negativa na formação da opinião. Essas redes fornecem a informação e a contrainformação”, explica.
Todavia, segundo Batista Teles, os métodos de pesquisa estão voltados a se adaptar a essa nova realidade. “Estamos nesse dilema. É uma coisa dos nossos tempos, ninguém pode fugir, mas temos que ver, na medida que o tempo vai passando, quais são os antídotos para essa imensidão de contrainformação que as redes sociais fornecem”, completa.
Sobre o cenário político do Piauí no que diz respeito às eleições do próximo anos, Batista disse que não dispõe de dados recentes, mas que um levantamento do início do ano demostrou que o governador Wellington Dias está “relativamente bem, com 62% de aprovação e 35% de ótimo ou bom”. Este último índice, no entanto, deve ser motivo de alerta para governador. Isso porque, de acordo com teles, é este percentual que costuma se reverter em votos.
“A experiência que tenho é de que os números do ótimo ou bom são aqueles que o gestor costuma ter como reverter em votos. Então é muito baixo. Nos 62% que aprovam o governo estão muitos dos que o consideram regular. E é esse ponto neutro que pode acabar indo para um lado ou outro. Outra coisa a ser considerada é o cenário nacional. Essa turbulência nacional está atingindo todos os políticos. E o Partido dos Trabalhadores está no epicentro da crise. Então até que ponto isso vem a respingar na campanha do Piauí?”, questiona.