No primeiro semestre de 2021, o estado do Piauí ultrapassou em 20% o número total de transplantes de rins realizados durante o ano de 2020. De janeiro a junho deste ano, foram contabilizados 18 procedimentos, enquanto em todo o ano passado foram realizadas 15 cirurgias.

 

Segundo a coordenadora da Central de Transplantes do Estado do Piauí, Lourdes Veras, as cirurgias de córneas também estão avançando: no primeiro semestre deste ano foram 88 transplantes, contra 106 em 2020. “Infelizmente, de março a outubro do ano passado, precisamos ficar parados devido à pandemia e isso prejudicou demais nossos pacientes. Felizmente, este ano, nossos números estão obtendo um crescimento”, explica.

 

A gestora acrescenta que está sendo preparada a retomada dos transplantes intervivos, que precisaram ser interrompidos devido ao estado pandêmico. O procedimento é realizado na Rede Estadual de Saúde, pelo Hospital Getúlio Vargas (HGV). “Todas as cirurgias, até o momento, foram de doadores falecidos, mas temos a perspectiva de reiniciar o transplante intervivos no mês de agosto, no HGV já que é uma cirurgia eletiva e precisou ser paralisada, porém, o estado está retornando esses serviços”, disse Lourdes Veras.

 

Segundo Lourdes Veras, pacientes com Covid-19 não estão habilitados para receber ou realizar a doação de órgãos. “Todos os doadores e receptores são submetidos aos exames de RT/PCR, para que tenhamos segurança da não transmissibilidade dessa doença durante estes procedimentos. Aqueles contaminados com o vírus não podem receber ou realizar doação”, lembra.

 

No Piauí, estão na fila de espera por um transplante de córnea 430 pessoas e a aguardando um rim encontram-se 135 pacientes.

 

A coordenadora destaca a importância da vacinação dos pacientes renais, que foram inclusos pela Secretaria de Estado da Saúde como prioridade na vacinação do estado, para a diminuição da incidência de Covid-19 nesse grupo, que é mais vulnerável a contrair a doença e consequentemente ficar impedido de receber um órgão, caso encontre um doador compatível. “A vacinação foi extremamente importante para a sociedade como um todo e para os nossos pacientes renais, que fazem tratamento de hemodiálise foi essencial. Após a vacinação, tivemos uma queda muito grande de casos da doença nesse público”, destaca Lourdes Veras.

 

No Brasil, de acordo com a legislação vigente, para ser doador de órgãos é preciso conversar com sua família e manifestar o seu desejo em doar órgãos. Isso porque, de acordo com a legislação, a doação só pode ser realizada depois que a família do doador autoriza o procedimento. “Por isso é importante que se converse com a família e explique o seu interesse em ser doador de órgãos, pois só com o consentimento familiar, que a doação pode ser concretizada”, finaliza a coordenadora.

Fonte: Ascom Sesapi