Um estudo que avalia a utilização de um novo tipo de anticorpo na prevenção do HIV é a mais recente iniciativa de combate à doença, que ainda mata milhões de pessoas no mundo inteiro. No Brasil, a pesquisa é liderada pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Nomeado com a sigla A.M.P (Anticorpos Mediando Prevenção), o estudo promete combater 90% dos subtipos do HIV. A ideia é utilizar um anticorpo neutralizante, feito em laboratório e aplicado na veia.
Ao todo, estão previstas as participações de 2.700 voluntários nas Américas do Norte e do Sul e 1.500 na África Subsariana. Nos Estados Unidos, o recrutamento começou em março de 2016. Já no Brasil, os voluntários começaram a se apresentar em março de 2017. Atualmente, são 80 voluntários em território nacional, com meta de 140 até maio do ano que vem.
“No momento estamos recrutando os voluntários para a pesquisa. Pessoas saudáveis, entre 18 a 50 anos e que se identifiquem como gays, bissexuais, travestis, mulheres ou homens transexuais podem participar. O participante virá até a clínica cerca de uma vez a cada quatro semanas para exames e consultas e receberá uma infusão do anticorpo a cada oito semanas”, explicou a coordenadora do projeto no Brasil, Brenda Hoagland.
Vacina
Segundo o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), o estudo é mais um passo para se chegar a uma vacina eficiente contra o HIV. Isso porque os resultados da pesquisa podem trazer aos cientistas um melhor entendimento de como o anticorpo funciona.
O A.M.P. é fruto de parceria com centros de pesquisa de variados países com o HIV Vaccine Trials Network (HVTN) e o HIV Prevention Trials Network (HPTN).
Boletim Epidemiológico
Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, divulgado no início de dezembro em Cutiriba (PR), revela que os casos de Aids e a mortalidade provocada pela epidemia estão caindo no Brasil. Segundo dados da publicação, em 2016 a taxa foi de 18,5 casos por 100 mil habitantes – uma redução de 5,2% em relação a 2015, quando era registrado 19,5 casos. Já no número de mortes houve queda de 7,2%, a partir de 2014. Os resultados vão de encontro ao período em que foi ampliado o acesso ao tratamento em todo o País.
Segundo o Ministério da Saúde, as políticas de assistência ampliaram o diagnóstico do HIV, diminuíram o tempo para iniciar o tratamento e, consequentemente, aumentaram o número de pessoas recebendo a terapia antirretroviral.
Fonte: Agência Brasil