O câncer do colo do útero, ou cervical, é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer, no Brasil.
É o que indicam os últimos dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Para detectar as lesões precursoras do câncer cervical precocemente, especialistas indicam a realização do exame Papanicolau pelo menos uma vez ao ano.
De acordo com Jurandir Passos, ginecologista do corpo clínico do laboratório Exame, toda mulher deve iniciar as consultas anuais com um ginecologista a partir da primeira menstruação e antes do início da vida sexual.
“Após o início da vida sexual, é no consultório que temos a oportunidade de realizar a colpocitologia oncótica, conhecido como o Papanicolaou. Essa é a principal ferramenta indicada para o diagnóstico do HPV e, por sua vez, a prevenção do câncer cervical”, explica o médico.
O especialista informa que a conexão entre a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) e o câncer do útero é hoje cientificamente comprovada.
“As células afetadas pelo HPV têm características microscópicas que são percursores do câncer. Com o exame citológico conseguimos analisar a presença de alterações no tecido do colo do útero, causado por essas células, precocemente”, reforça Dr. Jurandir.
A coleta do material do Papanicolau é feita no próprio consultório ginecológico para depois ser analisado pelo laboratório. “Introduzimos uma espátula de madeira e uma escovinha para colher células da superfície externa e interna do colo do útero e de dentro da vagina.
Com a citologia convencional, precisamos separar em uma lâmina o material dos três locais diferentes, para ser analisado no laboratório. Hoje em dia alguns laboratórios permitem um processo mais simples e eficiente”, explica o médico.
Citologia em base líquida
O médico informa que essa separação do material na lâmina se mostrou desnecessária já que as diferentes células de cada lugar do corpo têm características distintas, com isso foi criada a citologia em base líquida.
“Com este método, todo o material colhido dessas 3 localidades (fundo de saco vaginal, cérvix e canal endocervical) é colocado em apenas um frasco regado por um líquido preparado pelo laboratório.
Com isso temos uma amostragem maior, um aproveitamento completo do material colhido, uma análise ainda mais sensível e uma capacidade de detecção melhor”, reflete o ginecologista.
Jurandir lembra que o HPV é adquirido durante o sexo (oral, vaginal ou anal) e responde por mais de 99% dos casos de câncer do colo do útero. “Por isso a melhor prevenção para ambos, assim como outras doenças sexualmente transmissíveis, ainda é o uso de preservativos durante qualquer relação sexual”, conclui o médico.
Fonte: Jornal Meio Norte