Desde que denunciaram o próprio pai por estupro de vulnerável, as jovens Franciele Almeida e Grasiele Almeida encontrariam com o acusado pela primeira vez, nesta terça-feira (28), em audiência de conciliação no Fórum de Piracuruca. Contudo, a sessão foi adiada no início da tarde de segunda-feira (27) a pedido do advogado do acusado. A audiência, ainda sem nova data definida, irá tratar do pedido de pensão alimentícia feito por Grasiele.
O juiz de Piracuruca, João Bandeira Monte Júnior, já fixou, no início de março, uma pensão temporária a ser paga por Francisco das Chagas Silva Machado a Grasiele no valor de um salário mínimo e meio. Franciele acompanhará a irmã mais nova durante a sessão e diz não ter certeza de que o pai comparecerá à audiência, mas acredita que ele deverá buscar a suspensão do pagamento e completa que o adiamento é uma tentativa de burocratizar o processo.
“Ele está pagando desde que o juiz determinou que ele pagasse, mas sei que ele vai fazer de tudo para cancelar qualquer pagamento, pra não dar mais nenhum centavo pra gente, mesmo a gente dependendo dele. Minha mãe ganha pouco mais de um salário mínimo, não tem como manter a gente em outra cidade. Agora eles vão fazer de tudo para adiar ao máximo essa audiência”, explica Franciele.
Ela conta que também ingressou com pedido de pensão alimentícia, mas como seu processo foi aberto em Parnaíba, onde a demanda é maior, a data para a audiência de conciliação ficou apenas para o dia 16 de julho. No caso de sua irmã, o processo foi aberto em Piracuruca, onde o andamento foi mais rápido.
Grasiele ingressou com o processo em 25 de fevereiro deste ano e desde então esta havia sido a primeira audiência marcada. Consta nos autos que o pai das garotas não apresentou contestação nesse processo. O juiz João Bandeira havia pedido, na última terça-feira (21), a antecipação da audiência para hoje (28). Entretanto, alegando recuperação de uma cirurgia, o advogado de Francisco das Chagas, Ezequiel Cassiano, requereu prorrogação do prazo.
Irmãs são rés em processo aberto pelo pai
Além desses processos, as duas jovens são rés em ação ajuizada por Francisco das Chagas. Franciele diz não saber qual o teor do documento e afirma nunca ter sido intimada a respeito. Contudo, ela acredita que estejam sendo acusadas de tentar extorquir o pai. Ela afirma ter sido ameaçada quando informou a ele que denunciaria os abusos sexuais que ela declara ter sofrido.
“Ele dizia que não era pra eu contar pra ninguém, que se eu contasse o nosso nome ia pra lama e eu ficaria sem nada. Acredito que agora ele vai fazer isso, vai tentar deixar a gente sem nenhum dinheiro, mesmo ele sendo pai e tendo que cumprir as responsabilidades dele”, expõe.
Procurado para falar sobre o caso, o advogado Ezequiel Cassiano informou apenas que não quer falar à imprensa.
Fonte: Portal O Dia