Não foi só o ex-técnico Mano Menezes que abriu mão de Amaral e queria emprestá-lo. O Flamengo comprou a ideia do então comandante e tentou se livrar do volante, herói da primeira partida da final da Copa do Brasil. Quem afirma é o empresário do jogador e presidente do Nova Iguaçu, Jânio Moraes. O clube detém 50% dos direitos econômicos do volante, que ganha R$ 22 mil, um dos menores salários do elenco, e comprado por R$ 200 mil.

— Pediram para a gente arrumar um clube para ele ser emprestado. A gente resolveu deixar, pois ele tinha contrato e podia ser útil. O Mano Menezes disse que não queria utilizá-lo — relata Jânio, atribuindo a Jayme de Almeida a retomada de confiança do atleta.

— Essa confiança que o Jayme está dando a ele, de poder ultrapassar a linha do meio-campo, de chegar mais, levou o gol dele. Se não tiver o respeito do treinador nunca vai arriscar um chute desse — acredita Jânio Moraes.

Antes de ter nova chance, Amaral ficou quatro meses sem sequer ser relacionado. Nesse período, ainda passou por um problema pessoal. Sua esposa precisou passar por uma cirurgia na cabeça, mas depois se recuperou.

Mas nada na vida do novo candidato a ídolo foi fácil. Amaral já passou por fortes emoções com a camisa do Flamengo. Antes mesmo de ser anunciado, foi reprovado em um exame clínico por apresentar uma arritmia cardíaca. Os dirigentes quase o devolveram, mas resolveram levá-lo ao cardiologista do clube, Serafim Borges, que refez os exames e o aprovou.

Apesar das qualidades na marcação, mostradas quando, pelo Nova Iguaçu, parou Ronaldinho na estreia do ex-camisa 10 pelo Flamengo, a timidez era marca registrada do volante. Depois de quase dois anos no clube, Amaral enfim se soltou. Mas não abre mão do personagem Pitbull. Nos treinos, costuma ouvir dos companheiros a frase: “Pode sorrir”.

Mas a cara feia é marca registrada. Assim como o bigode grosso. E agora as trancinhas rubro-negras.

Fonte: Esportes